Luanda - Foi com bom agrado que os funcionários da função pública tomaram conhecimento, por via do Ministério da Administração Pública Emprego e Segurança Social, do aumento salarial nas categorias de chefe de secção, que vai de 170 mil para 250 mil Kwanzas, o director nacional de 340 mil para 394 mil kwanzas, os técnicos de terceira de 40 mil para 80 mil kwanzas, o mínimo de 20 mil kwanzas para 31 mil kwanzas (57,14%), Segundo o M tem com objectivo combater as assimetrias remuneratório na função pública. Esta prática de certa forma acaba por beneficiar a economia, aumentando o poder de compra dos consumidores, Mas é preciso lembrar que tipo de economia temos.

Fonte: Club-k.net


A economia Angolana é caracterizada como subordinada as importações, que torna-lhe dependente de cambiais para a disponibilidade de bens e alguns serviços, vale lembrar que têm sido evidenciados esforços para a alteração do actual quadro.


Analisando o impacto do aumento salarial, leva-nos a afirmar que uma economia dependente, torna-se difícil a existência de preços justos, pois estamos todos condicionados as divisas disponibilizadas a um câmbio flutuante, desta forma deixa-me dizer que quando um governo decide aumentar a massa monetária, deve ter em conta a questão da produção nacional, senão teremos mais dinheiro para continuar a comprar as mesmas coisas, e dai o mercado vai arranjar um jeito de sugar esse excedente em médio prazo, aumentando o preço dos bens e serviços (inflação).


Deste modo, é importante que todo incremento resulte na maioria das vezes de um aumento da produção, pois é esta equação que ira equilibrar e alavancar a economia, e não por via de decretos.


Outro aspecto a realçar é um possível estrangulamento aos privados, porque se por um lado o estado aumentou salário da função pública, pelo privado o estado alargou a contribuição sobre a remuneração para segurança social, dai o salário do privado fica beliscado, causando um desequilíbrio no custo de vida, e mais, o incremento é dinheiro dos impostos, dai, não é justo aumentar salários quando a economia não cresceu ao ponto de gerar excedente.


O alargamento da contribuição sobre a remuneração para segurança social ira resultar numa redução da renda (se antes era aplicado sobre o salário base, agora é pelo salário bruto), que acaba tendo suas vantagens e desvantagens, visto que a posterior o beneficio também será sobre o bruto, mas é preciso que o estado olhe para os dois lados da moeda, se por um lado aumenta a contribuição, por outro reduz o salário, e automaticamente o lucro das empresas.

Para mim fica difícil perceber como é formulado o salário mínimo, porque se analisarmos as propostas dos ajustes, vamos concluir que esta distante de ser um salário digno de viver, devido aos constantes aumentos dos preços.


Em uma economia produtiva esta acção seria um combustível para a sua dinâmica, mas a realidade difere da nossa situação, pois sabemos o quanto difícil os empresários tem lutado para se manter em vida diante das dificuldades encontradas.


E é sabido que muitas empresas estão com grandes dificuldades em actualizar a regularização da segurança social, tanto é que o estado definiu prazos de liquidação das dívidas, senão estarão sujeitas a penhoramento, mas vamos agora imaginar como será a vida dessas empresas daqui para frente com todas as dificuldades vividas, que vão desde as importações (divisas), aumento dos impostos e taxas, falta de crédito, o alto custo de produção.


Na minha opinião o executivo deve começar por capacitar os empresários de facto, cedendo créditos, financiando e buscando parcerias e por outro lado o estado deve começar por diminuir os gastos do governo (desde os carros de luxuosos até ao governo gordo), é preciso viver de acordo o bolso, e de seguida definir prioridades, que na minha opinião devem começar pela ligação o país (estradas em condições), electricidade, água potável e outros serviços de apoio.


A fórmula do desenvolvimento e crescimento não se resume no aumento do preço do petróleo, nem nas vendas de outros recursos naturais, mas sim da aposta dos sectores primários (agricultura, pesca...), secundários (industrias, infra-estruturas...) e terciários (serviços), conhecimento que é dominado pelo presidente da república, pois foi em emirados unidos (Dubai) na Cimeira do "Futuro de África”, que questionou “o que nos falta para traçarmos os caminhos de um futuro promissor para África?”, pois o mesmo respondeu que África precisa vencer três grandes desafios: Acabar com o analfabetismo, electrificar-se e industrializar-se para se desenvolver.


O mundo já deu diferentes exemplos de países que apostaram nesses três sectores e hoje têm muitos problemas ultrapassados, não podemos continuar com políticas populistas, temos que começar a lidar com as consequência, para no futuro beneficiarmos deste sacrifício, pois, se continuarmos a querer viver acima das nossas possibilidades vamos voltar a cometer os mesmos erros do passado.