Luanda - Angola faz parte da lista dos três países africanos que vão, nos próximos tempos, beneficiar de financiamento e apoio técnico dos Estados Unidos da América (E.U.A), com vista a impulsionar a actividade económica no país.

Fonte: Angop

A intenção deste apoio a Angola surge na sequência das reformas que o Presidente da República, João Lourenço, está efectuar no país, que tem como “bandeira da sua governação” o combate cerrado à corrupção, a melhoria do ambiente de negócios, captação de novos investimentos, entre outras acções que visam melhorar as condições de vida dos cidadãos.

Além de Angola, a Nigéria e o Quénia também fazem parte da lista de poucos países africanos a serem financiados e apoiados tecnicamente pelos EUA, bem como cimentar as relações económicas com a potência mundial.

A pretensão desta ajuda aos três países africanos foi manifestada quarta-feira (13), em Luanda, pelo director para os Assuntos Africanos da Casa Branca, Cyril Sartor, que não avançou ainda o valor do financiamento a ser disponibilizado para os respectivos países nem os sectores prioritários que vão beneficiar deste apoio.

Cyril Sartor, que falava na apresentação da Nova Estratégia da Política Externa dos E. U.A, afirmou que o apoio visa, essencialmente, desenvolver a capacidade empreendedora africana, fornecer a assistência técnica e melhorar o comércio intercontinental.

Na ocasião, o director adiantou que os E.U.A estão abertos em receber sugestões do tecido empresarial angolano, no sentido de identificar os sectores que vão beneficiar do referido apoio.

“Queremos ser para Angola uma alternativa à China, no âmbito do financiamento dos projectos. Por isso, dos mais de 50 países africanos, Angola integra nesta lista”, destacou, tendo acrescentado que há dois anos “não estaria em Angola para fazer este pronunciamento, porque não existia vontade política para efectuar as actuais reformas”.

O também representante africano do Presidente dos E.U.A, Donald Tramp, acrescentou que o seu país apoia as reformas em curso em Angola e sente confortado em ver o empresariado americano a começar a investir nesta nação.

Quanto ao aumento da disponibilização de divisas (dólares) para Angola, Cyril Sartor tranquilizou os agentes económicos e afirmou que o Departamento do Tesouro dos E.U.A está a trabalhar, em parceria com o Banco Nacional de Angola (BNA) no sentido de facilitar este processo, que será concretizado com a formação, em curso, de técnicos angolanos nestas matérias.

Por sua vez, o presidente da Câmara de Comércio Americano em Angola (AmCham-Angola), Pedro Godinho, apontou a agricultura como o principal sector que deveria beneficiar do apoio dos E.U.A. para permitir que o país atinja a auto-suficiência alimentar e diminua consideravelmente a taxa de desemprego.

Afirmou, igualmente, que de 2008 a 2018 houve um declínio USD 17 mil milhões nas trocas comerciais entre Angola e os E.U.A, tendo atingido o pico em 2008, período em que Angola exportou para os E.U.A USD 18,9 mil milhões e os E.U.A exportou dois mil milhões em Angola.

Em 2018, a exportação de Angola atingiu 2,8 mil milhões de dólares e os E.U.A exportou USD 400 milhões.

Diante deste cenário, o responsável considerou ser grande o declínio, mas com apoio prometido pelo representante do Presidente dos E.U.A vai dinamizar as trocas comerciais entre os dois países.

Já o embaixador de Angola nos E.U.A, Agostinho Tavares, afirmou que o facto de Angola fazer parte de uma lista estreita dos países africanos que vão beneficiar do apoio dos americanos vai permitir manter relações estratégicas em vários domínios.