Luanda - Considerando que os males a corrigir, e não só, mas sobretudo a combater, são a corrupção, o nepotismo, a bajulação e a impunidade, que se implantaram no nosso país nos últimos anos.

Fonte: Club-k.net

Considerando que estes males apontados são o inimigo público número um, contra o qual temos o dever e a obrigação de lutar e de vencer. Considerando que nesta cruzada de luta, o MPLA deve tomar a dianteira, ocupar a primeira trincheira, assumir o papel de vanguarda, de líder, mesmo que os primeiros a tombar sejam militantes ou mesmo altos dirigentes do Partido, que tenham cometido crimes, ou que, pelo seu comportamento social, estejam a sujar o bom nome do Partido.


Considerando que se verifica a nível de sectores bem definidos a realização de uma campanha ardilosamente bem orquestrada com vista a empolar a realidade dos factos de maneira que se estabeleça uma ligação em que a corrupção é o MPLA e o MPLA é a corrupção.


Considerando que tais comentários obedecem há um esquema sistematicamente bem arquitectado de manipulação política que visa em primeira análise apontar o MPLA como o mentor, usufruidor e o único responsável por este fenómeno obscenamente insociável e consequentemente desencadear um processo de desacreditação do MPLA com vista a sua derrota nas eleições autárquicas que se avizinham ou outras consequências inconfessáveis.


Considerando com propósito bem definido, se pretende associar os actos de corrupção individualmente ou associados em grupo perpetrados por militantes do MPLA como uma politica superiormente definida.


Considerandos que têm sido os órgãos judiciais, os midias e as redes sociais os únicos a desencadearem os procedimentos de denúncias de actos de corrupção e os outros males correlatos, Considerando que qualquer um pode ver que as evidências que estão por detrás de mudanças da qualidade de vida de muitos cidadãos nacionais houve na grande maioria parte dos casos a mão da corrupção.


Considerando que não se observa a nível dos militantes do MPLA uma atitude corajosa quer de denúncia, de crítica e de auto crítica, quer de auto afastamento por manifestamente estarem ou virão a estar envolvidos em processos relacionados de peculato, branqueamento de capitais, de fuga ao fisco.


Considerando que a presença visível de militantes do MPLA envolvidos nesses males junto de órgãos políticos, de soberania, da administração pública evidenciam uma falta de responsabilidade por não se perceber quanta nefasta a sua presença concorre perante opinião da sociedade e do mundo que nos acompanha devido ao seu envolvimento directo mesmo inocente nesse estado de coisas.


Considerando que cada vez que for um órgão judicial a denunciar um cidadão angolano militante do MPLA na prática desses males e não o MPLA a fazê-lo por antecipação enquanto Partido que desencadeou e dirige a luta contra esses males, isso concorrerá para a exposição politicamente negativa do MPLA nos termos da sistemática campanha pelo seu desacreditamento politico que está a acontecer.


Considerando que a visibilidade desses militantes está a induzir ao afastamento e descrédito do MPLA perante a opinião pública nacional e internacional dando a entender que persiste ainda na manutenção de pessoas em círculos de responsabilidade politica e do estado, enquanto pessoas politicamente expostas.


Considerando que em política o benefício da dúvida ou presunção de incoerência não existe e que a visibilidade dessas pessoas tornaram-nas pela sociedade politicamente suspeitas através da sua exposição desregrada de vida obtidas repentinamente e depois de assumirem responsabilidades no Estado.


Considerando que a possibilidade de ocorrência ou mesmo de confirmação de exposição mediática de um facto atribuído a um militante se poder traduzir em consequências politicamente desabonatórias ao Partido que exerce o poder, caso ele seja do mesmo e exerça ou tenha exercido responsabilidades em seu nome.


Considerando que perante esses factos a medida interna de afastamento pedagógico temporário ou de «invisibilidade» imediata deve ocorrer para não veicular ou vincular o acto do militante ao partido que representa.

Considerando que o atraso na tomada de medidas em conformidade desgasta a imagem e serve de argumento ao adversário para ganhar pontos à todos os níveis.

Considerando que não se pode perder mais tempo a se ver pessoas manifestamente impopulares e polutas a vaguearem pelos corredores dos cargos políticos de órgãos de soberania, da administração local e central do estado e de empresas públicas com o risco que isso causa e causará para o futuro do MPLA.


No uso das faculdades que me estão conferidas enquanto amigo do MPLA, proponho o seguinte:


1. Que se cumpra sem delongas as orientações do Presidente do MPLA camarada João Lourenço saídas do VI Congresso Extraordinário do MPLA.

 

sobre o combate interno dos males acima apontados.

2. Que os militantes que pelo seu nível de responsabilidade constituem politicamente um potencial de exposição negativa, para num quadro de voluntariedade, de auto critica e pela salvaguarda dos interesses superiores do MPLA se auto afastem de responsabilidades nos órgãos de soberania, da administração do estado e de empresas publicas.


3. Que um amplo movimento de crítica e de auto crítica seja levado a cabo da base ao topo até a realização do próximo Congresso Extraordinário no próximo mês de Junho cm vista a se demonstrar realmente o engajamento político e responsável do MPLA no seu próprio seio na abordagem desse mal.
E mais não digo.