Luanda - Os profissionais da comunicação social pública dizem sentir-se órfãos do poder instituído face ao tratamento de que são alvos dos respectivos órgãos e da entidade de tutela, no caso o Ministério da Comunicação Social.

Fonte: Club-k.net

Baixos e inexplicavelmente assimétricos os salários que recebem trabalhadores de um determinado órgão em comparação com os trabalhadores de outros órgão. Por exemplo, um editor no Jornal de Angola tem um salário duas, três ou mais vezes superior ao do editor da RNA, onde há profissionais desta categoria que ganham 90 mil kwanzas, ao passo que no JA ou Angop atinge os 500 mil.


Baixos e inexplicavelmente assimétricos os salários que auferem profissionais da mesma empresa, que executam o mesmo trabalho e com as mesmas categorias e funções. Realidade esta vivida na RNA.


Baixos e inexplicavelmente assimétricos os salários que recebem trabalhadores de uma mesma empresa, mas por estarem colocados em províncias diferentes. Por exemplo, o técnico de emissão da Rádio Luanda tem maior salário do que qualquer técnico de emissão de uma outra emissora provincial.


Persistem os despedimentos arbitrários na RNA com o incentivo do Ministério da Comunicação Social, situação que está a fragilizar a qualidade do trabalho da maior plataforma de comunicação e informação do país.

O Conselho de Administração da RNA está a levar a cabo um plano que visa afastar selectivamente todos os categorizados e adultos profissionais, para tornar a casa totalmente desprovida dos recursos humanos que têm voz em caso de denúncias de acto que prejudiquem os interesses colectivos e do estado, como por exemplo o afastamento de responsáveis de sectores estratégicos como os dos recursos humanos e património, abrindo alas para nomeações de directores recrutados fora da empresa, entre os quais familiares.

O Conselho de Administração da RNA faz do apoderamento dos subsídios de deslocação em serviço e de embarque dos trabalhadores como regra e prática impunemente levadas a cabo perante a infuncionalidade de um Conselho Fiscal constituido por indivíduos totalmente incompatíveis e duplamente assalariados pelo estado.


O Conselho de Administração da RNA desferiu um rude e traiçoeiro golpe aos trabalhadores e ao estado aos comprar uma frota de SETE V8 num valor global de 300 MILHÕES de kwanzas, quando a empresa nem papel, nem combustível e nem outros produtos de consumo corrente tem a disposição em quantidade satisfatória para o seu razoável funcionamento.


O Conselho de Administração contrata uma empresa para “elaborar” um suposto qualificador que custou aos cofres públicos 80 milhões de Kwanzas, num trabalho claramente medíocre, que poderia ser feito por quadros da casa, provavelmente com o apoio de uma ou outra assessoria, se fosse necessário.


Estes e outros problemas poderão engordar o caderno reivindicativo que o Sindicato dos Jornalistas Angolanos estão a preparar e que pode abrir caminho para uma inédita, generalizada e prolongada greve no sector.