Luanda - A expulsão de Abel Chivucuvucu (AC) da liderança da CASA-CE pelos partidos políticos assemelha-se a um idiota que mergulha num lago acorrentado de pedras pesadas esperando dele emergir com o próprio esforço físico. É coisa de doidos. Sabe-se de antemão que é uma decisão que levará ao suicido político os integrantes dessa coligação. Sobretudo por se tratar de um aglomerado de partidos político com um número insignificante de militantes incapazes de preencher uma simples sala de reuniões onde os seus lideres sonham um dia em dar um comício que atraia gente bastante para preencher o quintal de uma moradia humilde construída as pressas.

Fonte: Club-k.net


Só a ganância e a cegueira provocada pelo repentino bem-estar facultado pelo acesso a Assembleia Nacional aos líderes destes partidos podia resultar na insensatez de expulsar o próprio “salvador”. Tolhidos pela febre do “sucesso sem esforço”, tais líderes entendem que a substituição de AC pode ser feito sem prejuízo para a sobrevivência da própria coligação.

 


AC é infelizmente o candelabro que iluminou o caminho da CASA-CE desde o seu surgimento. Com o seu carisma arregimentou todas as vontades que tornaram a coligação na terceira maior força política de Angola numa altura em que os angolanos procuravam por vias alternativas para concretizar a sua soberania fora da representação dos partidos tradicionais.


Infelizmente, a expulsão de AC tornou-se na saída possível para uma meia dúzia de partidos políticos sem calibragem para gerir clivagens internas próprios dos ambientes partidários. O que resta a CASA-CE é uma quase missão impossível qua passa a ser assumida pelo Almirante MIAU, o substituto de AC. O almirante que vai certamente conduzir o navio nos mares turvos da incerteza política nos próximos desafios eleitorais. Pois, a CASA-CE vai despida de eleitores, um problema que já viviam os partidos que o integraram esperando juntar as migalhas de eleitores que podiam atrair.


O que resta a AC e seus correligionários é aquilo que devia ter sido feito desde o início. Criar uma força política ou capturar uma que já exista no mercado. Uma solução que devia ter servido para contornar a imprudência de entrar numa coligação sem um partido político. Coisa que lembra uma inexplicável negligência. A primeira hipótese (criar uma força política) está vedada pela estranha “operação fantasma” desenvolvida pelo Tribunal Constitucional (TC) contra a democracia representativa multipartidária inibindo a legalização de novas forças políticas.


De um tempo a esta parte, o TC vem justificando, o “injustificável” para não “acreditar” qualquer partido político novo em Angola. Os argumentos só podem ser políticos e certamente direccionados a necessidade de impedir que AC se despisse facilmente da CASA-CE. Quanto a segunda hipótese (o de capturar um partido existente) as possibilidades só podem estar entre os partidos que integram a própria CASA-CE já que a única força residual é o ND de Quintino Moreira, muito longe de facilitar a boa imagem dos “independentes”.


É preciso que haja um partido descontente com os outros “casistas” para apoiar a causa de AC e seus “muchachos”.


Avançando a “solo” (sem os casistas), AC e terá duas consequências. Ou integra já um partido político para iniciar a campanha de (re) mobilização e perde os privilégios de estar na Assembleia Nacional (para onde deve regressar saido do Conselho da República) ou aguarda pelo fim do mandato nesse órgão para integrar a nova formação política no limiar das próximas eleições e iniciar tardiamente a sua campanha. A decisão depende do seu bom senso se quiser sobreviver no xadrez político nacional!