Luanda - Vivi uma grande alegria quando tomei conhecimento da aprovação e concessão do contracto que o Governo Angolano, representado pela SONANGOL concedeu à United Shine Consortium para a construção da futura refinaria de petróleo com capacidade de 60.000 bpd em Cabinda. Finalmente alguém ouviu o grito do povo desta terra que apesar de estar a produzir mais 2.000.000 bpd vive que nem uma órfã. O MPLA tem que reconhecer e agradecer que se não fosse com o petróleo de Cabinda, hoje estaríamos a contar e a viver completamente uma outra realidade política, social e económica. Isso não deixa uma mínima margem de dúvida, que desde o tempo das guerras de kwata-kwata até ao boom económico suportado com os kilapis dos Chineses, o petróleo de Cabinda tem sido a carta de abertura e o fechar de qualquer acordo económico.

Fonte: Club-k.net


Sabemos que das exportações que Angola efectua, 98% delas é apenas o petróleo e que mais de 75% deste petróleo vem somente do offshore de Cabinda, mas que até hoje ninguém se dignou em edificar pelo menos um Instituto Médio de Petróleos para honrar a fonte. Aliás, o Governo deveria ter desenvolvido algum plano de expansão de educação e formação académica das populações tendo em conta as especificidades de cada região. As regiões diamantíferas por exemplo, deveriam já ter alguns institutos médios em geologia e minas para formar cidadãos a trabalharem na indústria diamantífera munidos de conhecimentos científicos, assim como se deve fazer o mesmo para com Cabinda. O único instituto do ramo que o país tem está no Kwanza Sul onde infelizmente não se explora o precioso oiro negro. Como se não bastasse, o projecto do Gás Natural Liquefeito (LNG) está no Soyo, Província do Zaire, Cabinda servindo apenas de fornecedora da matéria prima que partem das grandes linhas de tubagens (undersea pipeline) submersas da sua costa marítima para o Soyo.


O plano de construção de uma refinaria em Cabinda vem provar que Cabinda precisa e merece ter um Centro de Formação Académica de referência para que a massa juvenil possa estar a altura de assumir os desafios de operação e manutenção desta grande alavanca económica da região.


Estou em crer que este projecto está no plano estratégico do Governo Central em diminuir o desemprego no país e em Cabinda em peculiar assim como em fornecer melhores condições de vida às populações mas temo pela sua materialização se os cidadãos não forem educados e formados cientificamente, acabaremos por ver
repetido o mesmo problema como na base do Malongo onde a maioria dos naturais apenas servem para serviços onde as máquinas pesadas não são úteis.


Peço isso ao Governo porque, atendendo o impacto socioeconómico do projecto assim como da sua complexidade técnica, não há melhor forma de ter cidadãos Angolanos a trabalharem nele sem que tenham formação adequada. Outrossim, sabemos que quando uma mãe está para servir a comida para a sua família, primeiro coloca os pratos, pois é lá onde a comida é retida com toda higiene e dignidade e jamais o inverso.


POR ESTA ANGOLA QUE EU AMO, PAZ E AMOR!