Luanda - A UNITA, maior partido na oposição em Angola, está a promover uma «recolha de fundos», pedindo 500 kwanzas (1,4 euros) por militante, para financiar as cerimónias fúnebres do seu líder fundador, Jonas Savimbi, em abril.

Fonte: Lusa

«Esta campanha de recolha de fundos circunscreve-se mais a nível do partido, se bem que quem quiser manifestar a sua solidariedade, um pouco a exemplo das nossas tradições, poderá fazê-lo, mas a nível dos nossos membros está a fazer-se este apelo», disse hoje à Lusa Alcides Sakala, porta-voz do partido.



O responsável referiu que «esta cerimónia vai trazer para o Andulo, Lopitanga, muita gente e os meios são sempre escassos, sobretudo para um partido na oposição».



A cerimónia de exumação e recolha de amostras dos restos mortais do líder fundador da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), morto em combate há 17 anos, realizou-se a 31 de janeiro, no Luena, província do Moxico, onde estava sepultado desde a sua morte.


Técnicos portugueses, sul-africanos e angolanos fazem os exames de ADN nos respetivos países e, após os resultados, as cerimónias fúnebres devem ser realizadas na primeira semana de abril, conforme disse à Lusa fonte do partido, apontando a possibilidade de as mesmas acontecerem no dia 06 desse mês.


Segundo Alcides Sakala, para estas cerimónias, a direção da UNITA «conta com a dimensão solidária dos seus membros e de outras pessoas que, eventualmente, estejam interessadas em manifestar a sua solidariedade».


«E estamos a fazer esse apelo, que não é nada de obrigatório, apenas um apelo que temos estado a fazer de forma reiterada. A base de contribuição, que começou há três semanas, para os militantes são 500 kwanzas, algo simbólico», argumentou.

 

Mas, acrescentou, «quem dizer dar um pouco mais poderá fazê-lo».

O Governo garantiu no início de janeiro estarem criadas as condições para a exumação dos restos mortais de Jonas Savimbi, mas avisou que o funeral não terá honras de Estado, uma vez que o antigo presidente da UNITA «não pertencia à família governamental quando faleceu».



Falando à Lusa em fevereiro, o deputado angolano Rafael Massanga Savimbi, filho de Jonas Savimbi, morto em combate a 22 de fevereiro de 2002, afirmou que o posicionamento do Governo não preocupava «a família e muito menos a direção do partido», porque, observou, Jonas Savimbi «não é reconhecido por decretos».


«Penso que, para figuras marcantes como ele [Jonas Savimbi] é o reconhecimento do povo em geral. E é isso o mais importante, sobretudo, a sua contribuição», realçou.


As cerimónias fúnebres de Jonas Savimbi, 17 anos após a sua morte, deverão acontecer na região de Lopitanga, província angolana do Bié, onde o resto da família está sepultada.