Sumbe – O  governador do Kwanza-Sul Job Castelo Capapinha  deixou  a cidade do Sumbe na manhã de hoje rumando para o interior da província numa altura que as populações estão agudizadas com as chuvas que se fazem sentir diariamente sobre a cidade do Sumbe.

*Fernando Caetano
Fonte: Club-k.net
Capapinha que aquando da sua chegada ao Sumbe prometeu trabalhar duramente para mudar o retrato da cidade capital do Kwanza-Sul, abandonou esta manhã o Sumbe para assistir o sofrimento das populações via TPA a partir dos municípios da Kilenda, Ebo, Cassongue, Kibala, Cela e Libolo onde supostamente estará em visita de trabalhos.

 

Por cá o sofrimento abalou populares a partir do hospital pediátrico do Sumbe e instituto médio politécnico por sinal os locais que sempre assistem inundações de vulto. Noé Arão foi acordado à madrugada com telefonema de sua esposa que viu a água invadir a pediatria onde estava com seu filho internado. Arão é de opinião que os dirigentes pensem mais com o coração que com a cabeça:

 

“Só para terem uma ideia mais ou menos, eu tenho 1,76 de altura e a água estava passar o joelho. No entanto não é uma situação fácil. As pessoas foram evacuadas daqui do hospital 17 de setembro, são crianças pacientes, estamos no corredor e agora cada acompanhante dos pacientes luta por um colchão pelo menos para não ter o seu paciente deitado no chão. Faço um apelo, temos de governar com o coração também além da cabeça, temos de sentir pelas pessoas. Todos os anos o hospital pediátrico inunda e a pergunta é: O quê que tem se feito para que situações não voltem a acontecer em cada ano!”

O senhor Campos também é pai e com filho internado. Ele teme pelo pior que possa acontecer: “Pelo aglomerado de gente que tem aqui o lugar em sí não vai ajudar muito para que as pessoas possam obter melhorias assim mais rapidamente possível porque vamos ter aqui muitas implicações, questões higiénicas e de esterilização, ou de acépcias dos materiais que vão utilizar sobretudo para aqueles pacientes que têm necessidades de intervenção um pouco mais invasivas. Nesse preciso momento estão ainda a acomodar as pessoas no máximo que podem, uns nos corredores, outros numa sala daqui do hospital que tem sido utilizada para reunião que é já habitué e nas condições possíveis porque daqui para frente nós como pais teremos mais a sensação de que é inseguro continuar aqui no hospital”

 

O supervisor da pediatria do Sumbe Estevão Wanga confirma a inundação e a transferência dos pacientes para o hospital 17 de setembro: “Infelizmente voltamos a inundar outra vez, é a terceira vez que o nosso hospital inunda. Nesse momento estamos numa fase de correria, de um lado para outro então, estamos a criar condições para ver se todos pacientes estejam acomodados. Doentes graves temos”.

 

O corpo de protecção civil e bombeiros diz-se pronto para suxão das águas mas o nível é elevado como confirma o supervisor António Francisvo Albino:

 

“Trouxemos nosso equipamento. Motobomba para fazer suxão de água para ver se conseguissemos diminuír a água e posteriormente retirar os pacientes do local inundado para o hospital 17 de setembro. Visto que a água é muita mas de momento estamos a fazer o possível para ver se a água diminui. Enquanto estamos a fazer este trabalho, vai se estudando outros mecanismos para podermos colmatar a situação que vive o hospital pediátrico do Sumbe”.

 

O administrador adjunto do Sumbe para área social Fonseca Rafael António afirma estarem preparados para o fenómeno mas, no terreno a realidade contrasta com a sua afirmação: “Este é um fenómeno natural, óbviamente nós estavamos precavidos sobre esta situação mas, enquanto não tivessemos as quedas pluviumétricas a este nível não tinhamos ainda um clima tal para removermos os doentes. O importante para tal é que nós estamos preparados já tendo em conta esta situação porque há pouco menos de três anos, foi em 2016 que aconteceu, sabíamos que se de facto o nível das chuvas fosse maior do que os anos anteriores, teríamos essa situação que está a acontecer hoje”.

E por cá, São Pedro continua ameçar abrir as torneiras todos os dias para a desolação das populações sobretudo os da periferia.