Luanda - Angola é sustentada por “mulheres guerreiras”, disse no programa “Angola Fala Só” a Dra. Amor de Fátima, do Clube de Mulheres de Carreira Jurídica.

Fonte: VOA

A jurista falava por ocasião do Dia Internacional da Mulher em que a situação da mulher em Angola, no aspecto social e jurídico foi o principal foco da discussão.

 

Logo no início do programa o ouvinte Nelson Pintado lamentou não existir entre as mulheres angolanas um espírito de luta, de “mulher guerreira”, para um combate contra as injustiças que existem em Angola.

 

Amor de Fátima disse não concordar afirmando que na situação económica actual “são as mulheres que vão sustentando os lares”, fazendo notar o grande número de mulheres que nas ruas como vendedoras tentam ganhar o sustento para as suas famílias.

 

“O país está a ser sustentado por mulheres guerreiras”, disse a jurista que sublinhou também que para os angolanos em geral “ depois da paz e do pão, o povo quer a justiça”.

 

Amor de Fátima disse que em Angola existe uma divisão entre as mulheres que ocupam cargos importantes e a esmagadora maioria que são “invisíveis e ocultas”.

 

A situação das mulheres nas zonas rurais de Angola é ainda mais difícil começando com o próprio acesso à justiça.

 

Por razões culturais, desconhecimento ou mesmo medo muitas mulheres não recorrem à justiça quando vítimas de violência.

 

“O acesso á justiça é uma luta”, disse a Dra. Amor de Fátima para quem a questão da emancipação da mulher envolve também os homens.

 

“Um homem que assiste ou pratica a violência contra mulheres ou crianças sem nada fazer também precisa de ser emancipado”, disse.

 

A Dra. Amor de Fátima disse que contactos com magistrados e outras fontes judiciais confirmam que aumentou “assustadoramente” os crimes de violência contra crianças, incluindo a violação sexual.

 

Isso, disse, dá-se principalmente envolvendo familiares das próprias crianças.