Luanda - A visita do Presidente Marcelo de Sousa foi de facto “estonteante”, marcada por “selfies”, abraços e muitos beijinhos. Por cá na banda (1) até já o apelidamos por “Tio Celito” a expressão “Tio” para os mwangole (2) não é apenas atribuído para aqueles a quem temos laços de consanguinidade, mas de acordo a cultura bantu “Tio” é alguém, a quem nutrimos respeito, carinho e admiração independente do seu grau de parentesco .

Fonte: Club-k.net

Não sei aonde o Presidente Marcelo de Sousa tira tanta “genica” (3) para ininterruptamente, conseguir realizar o périplo que fez, a iniciar pelas Províncias de Luanda, Benguela e Huila.


De resto, tal conforme também foi dito por ele, a visita a Angola, foi histórica e as relações encontram-se a um nível “excelente”, um marco incontornável passo a consolidação das relações entre Portugal e Angola.


Apesar de ser uma visita história, a mesma não deixou de ser alvo de críticas quer por fazedores de opinião e alguns experts, a julgar pela midiatização que a imprensa Angola deu em torno da visita do Presidente Marcelo de Sousa, situação que talvez, tenha servido como um elemento catalisador na recepção apoteótica a que “tio celito” foi alvo nas Províncias da Huila e Benguela.

De resto a visita nos remete a um estágio profundo e reflexivo, do qual se pode tirar as seguintes lições sobretudo para as Lideranças Políticas:


A líder deve ter um contacto com os seus liderados, nem que seja esporadicamente, este contacto deve fluir. O que se verifica é que muitas das vezes os liderados não conhecem que os lidera, apenas soam os nomes através dos despachos que são afixados nas vitrines;


O líder não deve envaidecer-se pelo cargo que ostenta, pois antes de ser líder ele é um ser humano, o poder não pode cegar, ao ponto de não se conseguir enxergar o mundo a sua volta;


Devemos tratar todos com carinho, respeito e afecto, às vezes um bom dia, como passou a noite, valem mais que mil intenções ou um salário, todo o mundo gosta de ser bem tratado;


O líder apesar do cargo é ser um servidor, e como tal, se deve servir quer com ações e gestos . Já dizia o célebre activista Mahatma Gandhi, “quem não vive para servir, não serve para viver”;


Os títulos que possuímos, não suplantam valores que nos foram passados/adquiridos desde a tenra idade, tais como: o real significado do respeito, amor, carinho, fraternidade, amizade, isto não se adquire com diplomas, não se compra, nem se negoceia;


Um abraço, um carinho e um afecto valem mais que mil palavras, por isso os líderes devem abraçar mais, devem ser mais carinhosos;


A forma do o você trata o teu liderado, será a forma como ele te irá tratar, de certo isto marcará a sua vida;
Podemos ser de cores partidárias diferentes, objectivos e propósitos distintos, mas no final de tudo pertencemos à um único país, a uma única nação. (A comitiva do PR Marcelo fez-se representar por diferentes forças políticas existentes), “todos por um, um por todos”.


Onde quer que estejas, a tua pedra o teu contributo faz toda a diferença e, é crucial para o desenvolvimento do país;


Quando fizeres uma promessa não tarda em cumpri-la.

Para trás apenas ficam as memória e recordações de um homem que quase sempre quebra o protocolo, para abraçar, beijar e tirar “selfies”. É “tio celito” no seu melhor espalhando o seu aroma e boa disposição cá por terras de Angola.

Uma coisa é verídica Angola e Portugal estão condenados a viverem juntos e aturarem-se como um casal, que apesar das brigas amam-se e não pensam em se separar.

(1) Angola
(2) Angolano
(3) Força, garra.



Atenciosamente,
Janísio Salomão