Luanda - A deputada à Assembleia Nacional pelo MPLA Tchizé dos Santos reagiu na sua página do FB à morte da mulher zungueira que ontem foi assassinada a tiro no bairro Rocha por um agente policial, nos seguintes moldes: «Nada justifica disparar contra uma mãe de família desarmada».

Fonte: Facebook/Ilidio

AS «CONDOLÊNCIAS» DA DEPUTADA TCHIZÉ DOS SANTOS

Não é primeira vez que um vendedor (a) de rua morre às mãos de agentes policiais, algo que ocorreu com alguma regularidade durante os 38 anos em que o pai da Tchizé dos Santos era o presidente de Angola.


Não tenho memória de durante esse longo período de governação a filha de JES tivesse esboçado o mínimo gesto que fosse pelos excessos policiais, mesmo quando os actos de violência culminassem em mortes gratuitas de cidadãos indefesos. Daí tornar-se-me difícil avaliar se este gesto partiu mesmo do fundo do coração, ou foi apenas uma forma de atingir indirectamente JLo, já que o nefando crime foi cometido neste período em que ele é o PR... Oportunismo político, ou algo mais grave do que isso?


Se agiu tomada por uma dor profunda, do meu ponto de vista, ele deveria levantar o assunto na Assembleia Nacional, onde é deputada, para que o referido órgão convocasse o ministro de Interior para os devidos esclarecimentos. Em termos políticos, a iniciativa teria maior impacto, pois poderia ser interpretado como um sinal de retirada de confiança a Ângelo da Veiga.


Recordei-me quando há quase dois anos, a irmã da supracitada deputada, IS, teve uma iniciativa infeliz de enviar uma mensagem de condolências aos portugueses por ocasião dos Incêndios em Pedrogão, que causaram várias vítimas mortais.


Em resposta, os tugas devolveram as mensagens de condolências e refrescaram-lhe a memória para que ele se preocupasse mais com os angolanos que viviam numa situação económica e social pouco confortável. Por outras palavras, disseram-lhe que ela era uma das responsáveis pelas desgraças que afligiam os seus compatriotas.