Luanda - Na história do MPLA há factos relevantes que merecem sempre a nossa consideração. Recordamos que na década de 70 à 80, o MPLA era um grande Partido de referência a nível do continente Africano em que, bravos nacionalistas e autênticos patriotas tudo davam e faziam em benefício do Partido e do Povo. Muitos destes, pelo seu carácter e princípios patrióticos, até entregavam a sua própria vida para a defesa do Partido, do seu Líder e para o bem-estar dos angolanos.


Fonte: Club-k.net

Recordamos com alegria e com muita satisfação, como destacados militantes, se entregavam á causa do Partido. Em que o MPLA era a expressão mais viva e visível dos interesses genuínos da Pátria e dos angolanos. E isto, só era possível, não pela conjuntura interna e internacional, mas porque no órgão de Direcção do Partido principalmente no seu Bureau Político que contava apenas com 13 membros e sobre o Comando do Presidente do Partido e Comandante em Chefe das FAPLA vergaram a espinha dorsal do maior exército da Africa e conseguiram debelar às várias crises económicas e financeira que o país vivia naquela altura. Tudo isto, só foi possível porque na linha da frente da Direcção do MPLA estavam realmente genuínos Patriotas e nacionalistas que imbuídos de valores indiscutíveis sabiam manter a unidade do Partido, a coerência na defesa dos princípios ideológicos do MPLA, a defesa das conquistas alcançadas pelo Povo angolano e a defesa da imagem e do pensamento estratégico do seu Líder.


Hoje em que tudo é possível e que qualquer um pode chegar onde quer, desde que faça parte de grupos de interesse e de influências económicas e pessoais e, em que o Partido tem um Bureau Político dos mais fracos que a história do MPLA conhece desde a sua fundação em 1956, composto por mais de 50 membros. Hoje, estamos a observar com preocupação, um Partido a deriva e desorientado e sem uma estratégia política capaz de salvaguardar às conquistas já alcançadas pelo MPLA e muito mais grave ainda, uma Direcção sem estratégia de apoio e defesa das batalhas que o Camarada Presidente, João Manuel Gonçalves Lourenço tem vindo sabia e corajosamente a desencadear em benefício de todos os angolanos. Este ambiente desfavorável para o Partido MPLA e ao seu Líder, só tem sido possível, porque de um tempo a esta parte o MPLA, enfrenta uma crise de falta de valores patrióticos e nacionalistas, até de conflitos políticos e ideológico de muitos dos membros da sua cupla. Este fenómeno que ganha cada vez mais corpo dentro do MPLA, só acontece porque não se tem acautelado um dos elementos essenciais do patriotismo dos Angolanos que é a dupla nacionalidade que muitos dos seus membros do Comité Central e principalmente do seu Bureau Político possuem. Onde militantes com a dupla nacionalidade chegam facilmente a estes órgãos de decisão do Partido, porque vejamos: alguém com dupla nacionalidade nunca é um bom patriota e muito menos um bom militante. Aliás, é sobretudo, um vende Pátria. Porque alguém com dupla nacionalidade e com assento do Bureau Político ou no seu Secretariado em caso de problemas graves com a lei ou em desfavor do Partido, ou da Pátria (País), estes optarão com certeza pela outra nacionalidade. E um dos elementos da actualidade que tem haver com os desvios de somas avultadas, feitas por membros do MPLA, os autores matérias e morais deste grandes desvios se forma apurar têm sempre dupla nacionalidade e desviaram o dinheiro para os países de sua outra nacionalidade, ou em paraísos fiscais privilegiados.


Aí Camarada Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, assim poderemos depreender com nítida clareza que um militante do MPLA com a dupla nacionalidade e que chega ao Bureau Político ou ao Secretariado é um problema grave e preocupante para a liderança do MPLA, por isso, impõem-se uma especial e cuidadosa atenção no tratamento deste assunto no próximo congresso extraordinário do Partido, revendo os Estatutos e sendo obrigatório ao Presidente do Partido escolher os membros do Comité Central para integrarem o Bureau Político apenas aqueles que não têm dupla nacionalidade. Para o efeito, precisamos ter coragem de mudar as coisas e fazer o MPLA um Partido de princípios e de valores patrióticos e nacionalista como foram os nossos Líderes fundadores. Num estudo feito superficialmente, concluímos que a actual composição do Bureau Político, mais de 20% dos seus membros têm dupla nacionalidade, por exemplo: Carolina Cerqueira, Carlos Maria Feijó, João Baptista Borges, João de Almeida Martins, Luís Manuel da Fonseca Nunes, Mário Pinto de Andrade, Rui Falcão Pinto de Andrade, e tantos outros. Entretanto, caso haja dúvidas que os Serviços de Inteligência ou os Serviços de Investigação Criminal, investiguem para aferirem a veracidade destes dados.


Camarada Presidente João Lourenço, o MPLA, precisa de reformas profundas e estruturais, para ser capaz de se constituir no farolim do governo e no seu chão seguro, politicamente. E isso só é possível se tiverem coragem de tomar medidas corajosas a este mal anti-patriotico de muitos que estão por ai e que pensam que tudo podem e tudo fazem em nome das posições que ocupam a nível do Partido. Muitos destes, contribuíram para o estado em que o Partido se encontra hoje, um Partido descaracterizado da sua essência.


Muito mal que o País e a sociedade vive hoje, a culpa não é só de José Eduardo dos Santos, mas sim dos maus quadros que ele tinha a nível do órgão Executivo do Bureau Politico do MPLA. E podemos sublinhar sem falha que, alguns deles ainda lá estão. No último congresso extraordinário, o Camarada Presidente João Lourenço já fez a primeira vassourada a nível do Secretariado do BP. Por isso, tenha coragem e volta a acordar e saiba distinguir o trigo do joio, a nível do referido órgão Executivo. Estes contribuíram negativamente no tempo do Presidente José Eduardo dos Santos. E como tal, com o mesmo espirito do passado ruim, também vão contribuir negativamente no teu desempenho como Presidente do Partido, caso continuem.


Este é apenas a voz de um cidadão que observa o degradar da imagem do Partido que todos um dia já acreditaram.