Luanda - Como se sabe, o serviço de telecomunicações em Angola é demasiado caro para a sua qualidade. Normalmente, o consumidor é desrespeitado e, para além disso, não tem sequer o direito de receber um recibo detalhado com as suas despesas, caso pretenda.

Fonte: Club-k.net

Eu mesmo já me dei ao trabalho de me deslocar a lojas dos prestadores de serviço de telefonia móvel, pedindo facturas ou recibos detalhados. Debalde. Nada disso nos é entregue, de modo que o consumidor pode muito bem deduzir da forte probabilidade de estar a ser ludibriado e, por isso, não lhe é prestada tal informação (a que tem todo o direito, sublinhe-se).


O que mais admira é que o INACOM nada faz para garantir esse direito elementar do consumidor. Quanto ao INADEC, precisa de ser mais interventivo, sancionando os prevaricadores.

O caso é pior, quando abordamos o serviço prestado pela Movicel.


Em primeiro lugar, destaca-se a falta de rede em vários locais da cidade de Luanda, ou o sinal bastante fraco em muitos outros locais.


Há pessoas que vivem em Luanda e, se não têm também um número Unitel, quase nunca conseguem falar a partir de casa. Há nomeadamente áreas do Benfica ou do Nova Vida, em que é um martírio falar pela Movicel.


Em segundo lugar, há dias em que simplesmente não se consegue enviar qualquer mensagem a partir da Movicel. Ultimamente, isso sucedeu no dia 14 de Março.


Para quem utiliza plano mensal, era preciso compensar as horas ou dias em que não se pode enviar mensagens. E isso não se faz, pois o que importa por cá é o lucro do prestador de serviços e não os direitos do consumidor.
O terceiro problema tem a ver com o facto de há muito a Movicel ter deixado de prestar serviço de roaming.

Portanto, quem se desloca para o exterior, ou tem um número da Unitel, ou fica sem poder utilizar outro número de Angola de que disponha.


O curioso é que se diz que a Movicel é uma empresa pública, com parte do seu capital detido por cinco empresas. Mas, como se vê, presta um serviço público deficiente.

A principal questão que se apresenta é que o serviço de telecomunicações é caro.

E se tem pouca qualidade, como acabámos de referir, fica mais caro ainda.

Até quando o consumidor continuará a ver os seus direitos atingidos, sentindo-se impotente diante do poder das operadoras?

Paulo de Carvalho