Luanda - O Serviço de Proteção Civil e Bombeiros (SPCB) de Angola demarcou-se hoje da manifestação convocada por "supostos agentes da corporação", para quarta-feira, para reivindicar "melhores condições laborais e salariais", afirmando tratar-se de um "ato de indisciplina".

Fonte: Lusa


Em conferência de imprensa, em Luanda, o diretor do gabinete de comunicação institucional e imprensa do SPCB, Faustino Sebastião, afirmou que aquele organismo "está ciente das dificuldades que os seus efetivos enfrentam".

 

Segundo o responsável, com base em averiguações preliminares, o comando dos bombeiros aferiu que "pessoas de má-fé têm utilizado de forma indevida o nome dos efetivos" do SPCB, que "sabiamente têm cumprido o seu papel de forma exemplar".

 

"Obedecem aos pressupostos legais, conforme o previsto no seu Regulamento de Disciplina, o que sujeita o seu efetivo a princípios e deveres disciplinares próprios destes órgãos, tais como o da legalidade e lealdade", disse.

 

Pelas redes sociais, agentes supostamente afetos ao Serviço de Proteção Civil e Bombeiros convocaram para quarta-feira, 20 de março, uma manifestação para reclamar melhores condições de trabalho e repudiar o que consideram um "salário de lavadeira para os agentes".

 

"Senhor Presidente até quando seremos injustiçados? Até quando esse salário de lavadeira para os agentes", questionam os supostos agentes do SPCB.

 

Para Faustino Sebastião, a direção dos bombeiros de Angola, que controla cerca 13.000 efetivos em todo o país, "está ciente das dificuldades que o seu efetivo enfrenta, quer em meios técnicos e de trabalho, mas tudo tem sido feito pelo Ministério do Interior no sentido de minimizá-las".

 

Razão pela qual, sublinhou, "demarcamo-nos de toda e qualquer intenção e ligação a este ato de indisciplina, apelando à serenidade, à compreensão e ao espírito patriótico, face ao atual contexto socioeconómico do país".

 

"Aquilo que se alega nas redes sociais, dá-nos a perceber que são elementos não vinculados ao órgão, mas pelo facto de trazerem um assunto à tona instiga e algumas pessoas ligadas a instituição vão partilhando", referiu.

 

Questionado sobre o tipo de sanções serão aplicadas aos efetivos que eventualmente aderirem a manifestação, caso aconteça, Faustino Sebastião respondeu que a mesma deverá ser "reprimida e os efetivos disciplinarmente punidos".

 

"A legislação é clara, temos o regulamento de disciplina e ainda a lei da greve que as instituições paramilitares não podem aderir e caso saia deverá ser reprimida porque por si só não cumpriu com os pressupostos legais", rematou.