Luanda - O ministro do Comércio, Joffre Van-Dúnem, lamentou ontem o “estado lastimável” em que se encontram as lojas de proximidade Poupa-Lá e Paparoka no município de Viana, em Luanda, e deu aos gestores um prazo de seis meses para reestruturarem o modelo de negócios.

Fonte: JA
Joffre Van-Dúnem, acompanhado por alguns responsáveis do Ministério do Comércio, inspeccionou as lojas Poupa-Lá do bairro Capalanga, do Zango I, II e III e das 500 Casas, assim como as da rede Paparoka do Zango III, Viana Sanzala, Viana Vila e do Quilómetro 30.

As lojas Poupa-Lá das três zonas do Zango estão abandonadas, enquanto a do Zango III tem comercializado alguns produtos. A loja Paparoka junto ao Mercado do 30 está encerrada. O ministro do Comércio não gostou do que viu na Poupa-Lá do bairro 500 Casas, onde há produtos sem descrição do prazo de validade.

O titular da pasta do Comércio recomendou que os gestores das lojas revejam a situação, incluindo a política de preços dos produtos básicos que, na sua opinião, são altos. “A gestão é privada, mas as instalações são cedidas pelo Estado. Daí a necessidade de haver um ‘controlo cerrado’ sobre os produtos comercializados e os preços praticados”, acentuou Joffre Van-Dúnem.

“Queremos dar uma nova dinâmica e criar mais postos de trabalho”, declarou o ministro do Comércio para definir os objectivos da implantação das duas cadeias comerciais, aconselhando os que não têm capacidade de gestão a desistirem da actividade comercial.

O ministro Jofre Van-Dúnem Júnior considerou que não se admite o estado de abandono a que estão votadas algumas lojas das redes Poupa-Lá e Paparoka, bem como o facto de outras não venderem produtos nacionais.

O cenário encontrado pelo ministro do Comércio no município de Viana é idêntico ao constatado pelo responsável no Bié, Huambo, Benguela e Luanda, onde 50 por cento das lojas de proximidade estão abandonadas.

Ontem, o ministro anunciou que vai inspeccionar, nos próximos dias, as lojas das redes Poupa-Lá e Paparoka localizadas na zona Les-te do país.

A visita de campo do ministro do Comércio durou três horas e estendeu-se à loja Minha Mart, em Viana, um estabelecimento que constatou não ter documentação para o exercício da actividade comercial.

Quando um responsável da loja alegou que a documentação estava no escritório, na Baixa de Luanda, o ministro acentuou que não duvidava da sua idoneidade e disse esperar que, dentro de 48 horas, os documentos cheguem ao Ministério do Comércio para que a sua autenticidade seja verificada.Alguns cidadãos que presenciaram a visita do ministro do Comércio às lojas Poupa-Lá e Paparoka em Viana disseram ao Jornal de Angola que, quando entraram em funcionamento, trouxeram alívio porque os preços dos produtos básicos eram mais baixos que os praticados pelas grandes superfícies comerciais da província de Luanda.

As duas redes comerciais foram criadas no âmbito da estratégia de combate à fome e à pobreza.