Luanda - O Conselho de Administração do Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado (IGAPE) de Angola garantiu hoje "transparência e rigor" no processo de privatização que o Governo pretende concretizar em cerca de 50 empresas até 2019.

Fonte: Lusa

A garantia foi dada por Gilberto Luther, administrador da entidade responsável pela condução do processo, durante a apresentação, num fórum, das vantagens do investimento em sete unidades industriais na Zona Económica Especial (ZEE), situada na província de Luanda.

 

Num comunicado do Ministério das Finanças angolano, enviado à agência Lusa, Gilberto Luther sublinhou, por outro lado, que, na apreciação das propostas referentes às sete unidades industriais, será prestada "a atenção devida" aos investidores que decidam manter os atuais funcionários daquelas empresas.

 

A Zona Económica Especial, criada em outubro de 2009 com o objetivo de estimular o crescimento do setor produtivo, está dotada de infraestruturas funcionais que permitem reduzir custos operacionais, como o abastecimento de água e energia elétrica.

 

A ZEE tem mais de 8.300 hectares com uma infraestrutura capaz de atender a procuras específicas da área industrial, refere-se no comunicado.

 

O Governo angolano prevê, através do IGAPE, privatizar aproximadamente 50 empresas até 2019, em processos faseados.

 

A este respeito, e citado também no comunicado, o presidente do Conselho de Administração do IGAPE, Valter Barros, sublinhou que se pretende, com as privatizações, estimular a atividade económica do setor privado, mediante a redução da presença do Estado no setor empresarial, "que vai ficar cada vez mais focado em segmentos estratégicos".

 

"O IGAPE está à disposição dos interessados para prestar os esclarecimentos necessários e aberto à participação em encontros de entidades empresariais, académicas e outras, para estimular a participação entusiástica do empresariado e investidores", afirmou Valter Barros.

 

O IGAPE prevê realizar mais dois fóruns (sessões de esclarecimento) sobre a privatização das sete unidades industriais na ZEE em 03 e 09 de abril.

 

Em 11 de setembro de 2018, o chefe de Estado angolano, João Lourenço, exonerou o presidente da Sociedade de Desenvolvimento da Zona Económica Especial Luanda/Bengo, José de Castro Paiva João, tendo nomeado quatro novos administradores executivos.

 

A ZEE, com uma área infraestruturada de 421 hectares, correspondendo a 98 lotes, tem hoje um total de 163 unidades industriais, das quais 79 estão em fase de implementação em setores de atividade como os das bebidas, alimentação, materiais elétricos, montagem de automóvel, mobiliário, materiais hospitalares, higiene e limpeza, entre outras.

 

A Sonangol Investimentos Industriais (SIIND), que funciona como um veículo de coordenação e gestão, controla 53 unidades. Deste número, 26 foram já inauguradas, absorvendo 1.366 trabalhadores.

 

Para a implantação das infraestruturas gerais da ZEE, a SIIND investiu 483 milhões de dólares (413 milhões de euros).

 

A ZEE é constituída por 21 reservas fundiárias, dispersas pelos municípios de Viana, Cacuaco, Bengo, Dande, Ambriz e Barra do Dande.