Namibe – De acordo com o Wikipédia as telecomunicações constituem um ramo da engenharia eléctrica que contempla um plano, implantação, manutenção e controles de redes de sistemas de comunicações (satélites, redes telefónicas, televisivas, emissoras de rádio, internet etc.). A principal finalidade das telecomunicações é suprir a necessidade humana de se comunicar à distância.

Fonte: Club-k.net

Aguardou-se com tanta expectativa a divulgação do nome da Quarta Operadora Global no sector das Telecomunicações, em Angola, num Concurso Público Internacional em que o Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação de Angola realizou onde concorreram 27 operadoras, que na qual só tomamos conhecimentos de duas operadoras estrangeiras de renome que também querem investir no país.


Para mim como angolano, fiquei feliz por saber que a operadora escolhida foi a TELSTAR - Telecomunicações, Limitada por ser uma empresa angolana. Mas não me espantou a anulação da referida licença por parte do Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, por esta ter accionistas que são na sua maioria figuras consideradas internacionalmente como tóxicas ou com problemas com a justiça angolana.


Além disso, foi pelo simples facto de ter “havido da parte da empresa declarada vencedora do concurso o incumprimento dos termos das peças do procedimento, na exigência relativa ao balanço e demonstrações de resultados e declaração sobre o volume global de negócios relativo aos últimos três anos” segundo um comunicado da Presidência da República que o portal Club-K e Angola24horas tiveram acesso.


E muitos compatriotas esquecem-se que estamos a falar dum ramo que movimenta bilhões de dólares anualmente para quem aposta e investe no mesmo seriamente, dai a luta pela sua licença em Angola entre alguns jacarés (Pessoas influentes) do MPLA (Partido no poder) e de investidores estrangeiros. E no que concerne ao Concurso Público Internacional em que o Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação de Angola realizou, onde concorreram empresas de renome internacional que ficaram de fora, e que deixou alguns analistas que entendem bem do assunto espantados e interrogados como é que empresas que tem uma grande reputação internacional não ganharam o concurso, empresas como a Vodafone, a operadora móvel multinacional inglesa com sede em Londres (Inglaterra) e décima segunda maior operadora móvel do mundo com uma receita de 51.99 bilhões de dólares, bem como a MTN Group Limited, a maior operadora móvel de Africa com sede na Africa do Sul com uma receita de 15.43 bilhões de dólares de acordo com o site Value.Today e Wikipédia.


Além disso, é sabido que a MTN Group Limited desistiu do referido concurso o ano passado alegando que o mesmo estava viciado, daí não ser surpresa ter aparecido a TELSTAR - Telecomunicações, Limitada como a quarta operadora móvel por ser um negócio bilionário.


E não só, desde que a UNITEL se instalou no país aos 08 de Março de 2001, nenhuma telefonia móvel estrangeira entrou em Angola, onde a Angola Telecom empresa estatal e a Movicel tentaram competir com a UNITEL mas não aguentaram a sua pedalada. Além disso, não é de espantar que desde o fim da guerra civil que assolou o país em 2002, Angola assinou vários acordos bilaterais com vários países das Américas, Ásia, Europa e do nosso continente em vários sectores, mas no sector das telecomunicações nenhum operadora estrangeira entrou no país até agora.


E um dos países que mais acordos bilaterais assinaram com Angola em vários sectores políticos e económicos se não me engano, foi a República Popular da China no tempo do ex- presidente José Eduardo dos Santos, bem como do actual que esteve na China entre os dias 3 e 4 de Setembro do ano de 2018. E nesta visita esperou-se haver um acordo na área das telecomunicações com este país, por este ter neste momento a segunda maior telefonia móvel do mundo a China Mobile (Hong Kong) Ltd., uma empresa do governo Chinês com uma receita de 225.10 bilhões de dólares que no tempo do ex-presidente era a número um do mundo com uma receita de 22.05 bilhões de dólares de acordo com a empresa Wireless Intelligence.


Porque se a China Mobile (Hong Kong) Limited entrasse no mercado angolano, de certeza que ofuscaria automaticamente a UNITEL que quase importa todos os seus produtos, e que tem como accionista a Sonangol E.P e outras empresas ligadas aos ex-colaboradores do antigo presidente, que não queriam concorrência por ser um ramo que movimenta bilhões de dólares.


E não só mesmo que for para trazer uma operadora móvel estrangeira em Angola, eu não recomendaria a China Mobile (Hong Kong) Limited por ser uma empresa do governo, a ZTE, bem como a Huawei por terem uma colaboração com o Governo Chinês, porque os seus produtos auxiliam o governo chinês em acções de espionagem de acordo com o FBI, CIA, NSA dos Estados Unidos da América. Além disso, o Governo Chinês passaria a saber tudo o que se passa em Angola desde arquivos secretos, conversas telefónicas, planos do governo, e coisas que o cidadão comum faz no seu dia a dia, e que já tem feito se for verdade por causa dos produtos da ZTE e da Huawei que aqui usamos.

 

Mas na minha humilde opinião, dos internautas via Facebook, e do povo no geral preferimos a Vodafone, por ser a décima segunda maior operadora móvel do mundo com uma receita de 51.99 bilhões de dólares, e que faria uma grande e que grande concorrência a UNITEL que aqui em Angola passa o seu charme a outras operadoras, e brinca com o pacato cidadão em termos de preço dos telemóveis, acessórios, e tarifário onde por exemplo se você falar durante 30 segundos, 45 segundos, ou 1 minuto o desconto é sempre 3.50 UTT (Unidade Tarifária de Telecomunicações).


E se o presidente João Lourenço quer mostrar mesmo que tem autoridade e que não quer brincadeiras, como já demonstrou em alguns casos só há uma solução aqui a fazer, que é exonerar o Ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação de Angola que não quer acompanhar a dinâmica do chefe. Porque é isso que a maior parte do povo sofredor deste país quer e pede, para não cair na desconfiança da população que já se regista, devido a algumas medidas que tem feito sobre o combate a corrupção e a impunidade, onde a maioria dos que delapidaram o erário público não estão presos.


Portanto, termino por dizer que Angola só vai ser potência neste ramo se o estado investir no mesmo seriamente, e fazer da “Angola Telecom” que está de rastos a maior operadora de telecomunicações do país, como fez o governo Chinês com a China Mobile (Hong Kong) Ltd. Se não for isso não haverá pátria para nós, o estado tem que controlar as telecomunicações através da sua empresa pública independentemente da operadora nacional ou estrangeira que quiser investir em Angola.

 

*Londaka Sangangula é licenciado em Linguistica Inglês, chefe escuteiro, escritor, investigador e autodidacta desde 2009.