Luanda - Angola preenche apenas dez por cento das 39 vagas de quadros nacionais a que tem direito na União Africana, revelou o representante permanente junto da União Africana, Francisco da Cruz.

Fonte: JA

O país pretende garantir uma maior inserção de quadros nacionais na organização, compatível com o seu estatuto de um dos seis maiores contribuintes para a organização continental, garantiu em Addis Abeba (Etiópia), segundo Francisco da Cruz.


O embaixador de Angola na Etiópia e representante permanente junto da União Africana e na Comissão Económica das Nações Unidas para África transmitiu aos funcionários da Embaixada esta pretensão do Estado durante um encontro interactivo na representação diplomática na capital etíope.


Com os funcionários da representação diplomática do país em Addis Abeba, o diplomata analisou formas de melhorar a posição destes na organização, bem como acrescentar quadros nacionais à organização.


“Devemos estar devidamente inseridos nas estruturas da UA quer em número quer em qualidade, lá onde são tomadas as decisões, assim como defender os interesses do país”, frisou o diplomata.


Esta preocupação, segundo o diplomata, foi já duas vezes apresentada ao vice-presidente da Comissão da União Africana, o embaixador Kwesi Quartey, a quem Francisco da Cruz manifestou insatisfação relativa à exiguidade de quadros angolanos, por um lado, e, por outro, a condição subalterna e regime contratual dos que lá se encontram.


O diplomata indicou que o país é também um dos maiores contribuintes para o Fundo de Paz do continente, tendo já pago as suas quotas até o final do ano em curso.


Entre os 55 Estados-membros da UA, Angola segue-se, nas contribuições estatutárias, à Argélia, Egipto, Nigéria, África do Sul e Marrocos.


O embaixador indicou que, em função das Reformas em curso na UA e no âmbito do preenchimento de vagas para países sub-representados, surgem ocasionalmente candidaturas cujo processo Angola solicita a devida transparência.


A União Africana tem um site que pode ser encontrado no domínio https://au.int dando acesso ao link http://aucareers.org destinado ao recrutamento e pedidos de vagas da Comissão da União Africana.

Reflexões sobre a Paz


No encontro com a comunidade de quadros, o embaixador Francisco da Cruz fez uma breve apresentação dos ganhos da paz, tendo realçado que o 4 de Abril é uma data de "extrema importância", por ter marcado efectivamente o fim da guerra em Angola.


O diplomata realçou os benefícios da paz para o desenvolvimento do país, a sua firmeza no concerto das nações, assim como o exemplo dado ao Mundo em matéria de resolução do conflitos internos.


"Para o alcance da paz, estabilidade e harmonia nacional foi crucial o cumprimento de alguns princípios traçados pela liderança do país, consubstanciados no diálogo, espírito de reconciliação, respeito pela dignidade humana, perdão recíproco, execução das decisões, segurança interna, entre outros aspectos", disse o embaixador.

Francisco da Cruz realçou ainda a contribuição de Angola enquanto garante da estabilidade regional.