Lisboa – A Procuradoria Geral da República tem em mãos o dossier da compra e venda de um prédio de sete andares por parte do Consulado de Angola em Lisboa, no ano de 2017, cujo conteúdo da participação embaraça o empresário angolano Bartolomeu Dias, que aparece como “vendedor”. O assunto foi levado a PGR pela Inspeção Geral do Ministério das relações exteriores, na altura tendo a cabeça, José António de Lima Viegas.

Fonte: Club-k.net

PGR investiga imóvel comprado pelo Consulado em Lisboa

De acordo com dados da “queixa”, o empresário Bartolomeu Dias terá comprado o imóvel a 6 milhões de euros e de seguida revendeu ao MIREX representado pelo Consulado de Angola em Lisboa, no valor de 15 milhões de euros.

 

O edifício em causa fica nas proximidades da fundação Caloust Glubenkina, em Lisboa. Tem sete andares, conforme citado atrás e uma piscina no último andar. Face ao estado de degradação com que esteve no momento da compra, algumas pesquisas/denúncia apontavam que o edifício poderia ter estado avaliado num valor inferior ao comprado pelo empresário Bartolomeu Dias.

 

Na participação feita, na altura, a Inspeção Geral do Ministério levantava suspeitas de ocorrência de sobrefacturação na venda do imóvel beneficiado não só o empresário angolano como também altos funcionários do MIREX que acompanharam o negócio.

 

O diplomata João Ferreira é frequentemente citado como tendo estado de perto do processo de venda. Na altura questionou-se a utilidade do imóvel para o consulado de Angola em Lisboa, quando esta missão consular possui instalações próprias, na zona de Alcântara, comprada pelo Estado angolano no tempo da cônsul geral Elisabeth Simbrão.

 

As suspeitas de que Bartolomeu Dias serviu apenas de “testa de ferro” de mãos invisíveis do próprio MIREX neste negócio, agravaram-se quando na altura, havia informação de que o mesmo se recusara passar o titulo de compra e venda para se passar o imóvel em nome do consulado de Angola, a pretexto de uma alegada comissão. Informações atualizadas atestam que ao momento o referido imóvel ainda não passou para a titularidade do Estado angolano.

 

Na altura achou também estranho o propósito da compra de um novo edifício para o Consulado de Lisboa, quando o mesmo possui instalações próprias, na zona de Alcântara, compradas pelo Estado angolano no tempo da cônsul geral Elisabeth Simbrão.

 

Proprietário da Diexim, Bartolomeu Dias é o empresário que em Junho do ano passado apareceu na imprensa a fazer duras criticas ao Presidente João Lourenço por ter chumbado o projecto Air Connection Express na qual a sua empresa fazia parte. Na altura, acusou o PR de ter agido com “arrogância”.

 

“A arrogância com que o Presidente abordou o tema parece ter alguma situação ou contra o seu ministro ou contra as pessoas que estão envolvidas no negócio. O que deveria dizer é que “vou avaliar a questão, veremos as vantagens económicas para a companhia de bandeira, é um processo antigo, iniciado no antigo Governo, mas vamos analisar os prós e contras”. Esta seria a posição de um líder e não desafiar o jornalista a ligar caso voe com a companhia. Governar um país não é como gerir a nossa casa, há interesses de cidadãos que o Presidente deve defender”, disse Bartolomeu Dias na sua entrevista ao Jornal Valor Economico.

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