Luanda - O Executivo angolano está a negociar com o Deutsche Bank (instituição bancária alemã) uma linha de crédito de mil milhões de dólares americanos, para dinamizar o sector privado, com destaque para o produtivo, anunciou hoje (terça-feira), em Luanda, o Presidente da República, João Lourenço.

Fonte: Angop

O Chefe de Estado angolano falava na cerimónia de abertura do 1º Fórum das 10 Câmaras de Comércio e Indústria de Angola, tidas como molas propulsoras do desenvolvimento integrado das nações.

 

O Presidente afirmou que o ministro das Finanças já foi autorizado a celebrar, nos próximos dias, um Acordo Quadro com o Deutsche Bank e bancos comerciais angolanos que tenham cumprido com as condições precedentes para esta operação de financiamento.

 

João Lourenço espera que esse financiamento possa beneficiar, de preferência, projectos privados no ramo da indústria de transformação, da agropecuária e das pescas.

 

Apelou, com efeito, a um maior rigor na disponibilização desses fundos e que sejam aprovados projectos bem estruturados, alinhados com o Plano de Desenvolvimento Nacional.

 

Para o estadista angolano, esta é uma forma que o Executivo encontrou para potenciar o empresariado nacional, ajudando-o a crescer e a afirmar-se como um actor na economia nacional, contribuindo para o aumento de oferta de bens e serviços e postos de trabalho.

Ressaltou que a disponibilização desses recursos financeiros visa dar vida ao empresariado privado, mas, sobretudo, criar postos de trabalho para a juventude, “algo que hoje constitui um desafio para o Executivo, empregadores e sociedade em geral”.

Perante empresários, ministros, representantes do corpo diplomático e especialistas internacionais, João Lourenço afiançou que o país está a caminhar, paulatinamente, para a retoma da estabilidade macroeconómica, criando as bases para o relançamento da actividade produtiva e de um crescimento económico mais vigoroso.

“São visíveis as medidas que têm sido tomadas para combater a corrupção e a impunidade e, assim, edificarmos, em Angola, um verdadeiro Estado de direito e uma verdadeira economia de mercado”, observou.

Disse, igualmente, serem visíveis as medidas tendentes a combater a concorrência desleal, o branqueamento de capitais, bem como aquelas que têm sido tomadas pelo Executivo para apoiar o aumento da produção nacional, substituir as importações e aumentar as exportações, no âmbito do Programa designado PRODESI (Programa de Produção Nacional, Diversificação das Exportações e Substituição de Importações).

Aumento de investimento privado para criação de mais postos de trabalho

Em consequência da crise económica que o país vive desde 2016, o desemprego em Angola aumentou nestes últimos anos, estando hoje com uma taxa geral de 28 por cento.

Segundo o Presidente da República, trata-se de um problema que deve preocupar a todos e que só poderá ser resolvido através do aumento dos níveis de investimento, sobretudo do investimento privado.

“Só com o aumento do investimento poderemos criar mais postos de trabalho e proporcionar aos angolanos, em particular à nossa juventude, melhores rendimentos e, por esta via, aumentar o bem-estar suas famílias”, aclarou.

Notou, a propósito, que têm sido tomadas medidas no domínio legal, cambial, migratório e de acesso ao crédito, para que o Estado reduza, consideravelmente, o papel de principal agente da economia, deixando o sector empresarial privado assumir o seu papel de motor do crescimento económico.

João Lourenço adiantou que tal pressuposto torna o ambiente de negócios mais atractivo às condições para o investimento dos empresários nacionais e estrangeiros em Angola.

Reconheceu que, apesar das dificuldades que as empresas nacionais enfrentam, verifica-se um interesse crescente delas em participar nas iniciativas do Executivo para alterar o quadro actual.

Além de entidades nacionais, participam no 1º Fórum das Câmaras de Comércio e Indústria de Angola cinco especialistas internacionais dos Estados Unidos da América, União Europeia, Brasil e África do Sul, que estão a transmitir as suas experiências e o papel das câmaras no desenvolvimento económico dos respectivos países.