Luanda - O presidente do conselho diretivo da Entidade Reguladora da Comunicação Social Angolana (ERCA) reconheceu hoje que "não foram dados passos", no devido momento, para a "efetiva institucionalização" do órgão criado em 2018, apontando "dificuldades de instalação".

Fonte: Lusa

"A ERCA é, antes de mais, uma intenção. Temos de reconhecer que não foram dados passos, no devido momento, para a sua efetiva institucionalização. Estamos a sentir dificuldades por causa da instalação da ERCA", disse hoje, aos jornalistas, Adelino Marques de Almeida.

 

Mas, observou, "o mais importante não é chorar pelo leite derramado", mas garantir que sejam reunidas as "condições para que a ERCA possa cumprir o seu objeto social".

 

Falando em Luanda, no final do ato central alusivo ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que hoje se celebra, Adelino Marques de Almeida alertou para o grau de maturidade do jornalista na hora da divulgação da informação, recordando que a entidade reguladora é apenas mediadora.

 

"Não somos os atores da comunicação social que fazem o caminho. O nosso principal papel é a mediação e é preciso que os jornalistas se coloquem cada vez menos no centro dos acontecimentos", alertou.

 

Adelino Marques de Almeida, que no encontro falou sobre "Regulação e Supervisão", negou qualquer divergência da entidade com o Sindicato dos Jornalistas Angolanos em matéria da criação da Comissão da Carteira e de Ética.

 

Segundo o responsável, compete ao presidente do conselho diretivo da ERCA, ouvidas as associações, convocar uma assembleia-geral representativa dos jornalistas de todo o país para a institucionalização da Comissão da Carteira e de Ética.

 

"Somos de opinião que, tão logo estejam reunidas as condições, vamos convocar uma assembleia-geral com todos os jornalistas de Angola e não apenas os de Luanda", disse.

 

"A comissão da carteira e de ética é muito importante para o funcionamento do setor. Mas porque não damos atenção à institucionalização dos conselhos de redação nos meios de comunicação social?", questionou.

 

O Dia Mundial da Liberdade de Imprensa tem este ano por lema "Média para a Democracia, Jornalismo e Eleições em Tempos de Desinformação".