Luanda - A semana finda assistiu-se a troca de acusações entre o Professor que foi agredido no seu local de trabalho por cumprir as normas que regem aquela instituição de ensino e o Deputado do MPLA, Sr Ovideo Pahula que nega tais acusações, utilizando todos os argumentos a seu favor.

Fonte: Club-k.net

O que preocupa as pessoas não são argumentos da razão, mas sim a causa desta situação.


Primeiro: Quando falamos da moralização da sociedade, não podemos falar no vazio, a sociedade tem regras de vivência e convivência. Os regulamentos, normas, códigos deontológicos e outras formas de regular o funcionamento de qualquer estabelecimento público (escolas, universidades, instituições religiosas, tribunais Ministérios, entre outras..), tem/devia ter cumprimento obrigatório, para justamente evitar o comportamento que o Ilustre Deputado protagonizou publicamente. As leis que o senhor Deputado aprova, são para toda população angolana, Mas, o Deputado mostrou ao contrário, para ele a norma daquela escola não é para filhos dos Deputados é para os filhos de camponeses e outras franjas da sociedade.


Lamentavelmente, o nosso legislador na sua justificação, está mais preocupado com a imagem do seu partido e não com o seu filho (mal educado), que não cumpre uma norma elementar da escola. O pai-Deputado que não analisou a causa que levou o professor agir como agiu, carrega consigo uma tropa no recinto escolar, como de guerra se tratasse para remessar uma carga de surras ao indefeso educador do seu filho. O Deputado do nosso glorioso MPLA perdeu uma soberana oportunidade de educar o filho em respeitar as normas estabelecidas na escola e na sociedade no geral. Justificava levar escolta para tratar um problema individual? Não tem outro nome “ARROGANCIA”. Alias, é o ADN da nossa gente, vai levar tempo...


O senhor Deputado, ao receber a chamada do filho que o pontualizou da situação devia questionar o filho o porque da falta do laço de suporte do passe da identificação? e não se dirigir a escola para humilhar o pacato professor.


A ajuda do seu filho que o Senhor evoca na sua réplica não devia se direcionar no sentido do senhor dirigir-se a escola, mas sim orientar simplesmente o filho de cumprir a norma da escola, alias, não é uma invenção daquele instituto. A identificação de um membro de qualquer organização é uma norma básica e é indispensável porque há consequências graves numa instituição sem identificação dos seus membros. É Básico, não precisa de doutoramento para compreender a vantagem de uma identificação. O Senhor defende o bem jurídico- a prova, o resto não importa. É pena, Então qualquer pessoa podia entrar na sala para fazer a prova sem saber quem e quem. O Senhor é Jurista e Deputado, não tenho palavras, deixo ao critério de mais analistas. Agora, já é fácil entender o porque do pais encontrar-se neste marasmo.


O que é que o Deputado chama de alterações de ânimos se o senhor afirma com pés juntos que não tocou no individuo?


Desculpa, nunca entendi o que chamam de “bom nome”, que toda gente propala defender, sobretudo gentes que a sociedade observa clinicamente que de “bom nome” só eles podem justificar.


Portanto, o que a justiça e os tribunais devem julgar não são as justificativas do Deputado, mas sim as normas defendidas pelo professor- são ou não de cumprimento obrigatório? O resto é prepotência, vaidade, impunidade, arrogância., entre outros males.


Aconselho ao Deputado de deixar o cidadão comum a vontade, pois não são os cidadãos comuns que mancham o vosso partido, basta ver a lista dos saqueadores do erário público, do património do estado e outros comportamentos indecorosos, chegará a conclusão com maior calma do mundo do pior inimigo do MPLA.


O Projeto da moralização da sociedade que o Partido no poder concebeu devia ter os Alvos bem definidos e os Resultados avaliados no fim para analisarmos o Impacto para o bem de todos.

“Corrigir o que está mal, melhorar o que está bem”

*Psicólogo Clinico