Lisboa - A Bancada Parlamentar do MPLA, endereçou, no passado dia 7 de Maio, uma missiva a deputada Welwitschia José dos Santos “Tchizé” para lhe dar a conhecer que aquele conclave esteve reunido para analisar a sua situação que a luz das normas e leis vigentes, já ultrapassou 90 dias que a lei permite, quer por motivo de doença, quer pela permanência no exterior do país, pelo que se sugere que a mesma peça “a suspensão provisória do mandato, podendo retomar o seu assento , logo que cessarem as razoes da ausência”.

Fonte: Club-k.net

Propõe  que seja a propria a pedir suspensão do seu  mandato

Nestes termos, segundo a missiva que o Club-K, teve acesso, a bancada parlamentar do MPLA, sugere a deputada a suspensão do mandato mediante requerimento a apresentar ao Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade dias dos Santos “Nandó”.

 

“Na expectativa de que o assunto merecerá a vossa melhor atenção agradecemos a sua resposta com a maior brevidade possível”, lê-se na missiva do partido no poder com copia enviada a Vice-Presidente do partido, Luísa Damião.

 

Em reação pública - feita por intermedio de áudios divulgados nas redes sociais - a deputada que se encontra em parte desconhecida no exterior do país, assume pela primeira vez, razões de perseguição e de segurança que a mantem distante de Angola

 

Segundo justificação de Tchizé dos Santos “O limite dos 90 dias foi ultrapassado porque eu estou aqui fora do país fugida, se o MPLA quer que eu diga a verdade ao povo, eu digo a verdade, desde que raptaram dentro de um avião um deputado em território nacional, desde que inventaram, publicaram em documentos da justiça angolana acusações falsas ao mesmo respeito acusando-me de receber dinheiro do CNC”.

 

A mesma lembra a informações que correram em Angola sugerindo que se regressasse ao país seria depois impedida de voltar a sair e lhe confiscariam o passaporte. Dá o exemplo de pessoas que estariam na alegada lista e que a realidade provou que encontram se privadas das suas liberdades de movimento. Por isso mesmo reitera não sentir segura para regressar ao país depois da onda de ameaças que tem recebido.

 

“Para mim a honra e a dignidade não tem preço, prefiro estar a limpar o chão na rua para conseguir o que comer do que ter um mandato de estar a sujeitar-se a brincadeira de mau gosto ditatorial deste MPLA, do camarada João Lourenço”, rematou Tchizé, em resposta a bancada parlamentar do seu partido.