Luanda – O escritor e veterano jornalista Felisberto Manuel da  Costa “Kajim Ban- Gala”, recorreu as redes sociais, nesta segunda-feira, para manifestar  preocupação pela forma como o jovem activista angolano  Hitler Samussuku foi sequestrado a semana passada, em Luanda,  por agentes do  Serviço de Investigação Criminal.

Fonte: Club-k.net

São os agentes  que levaram o Hitler que devem responder por  sequestro

No seu ponto e vista  “mesmo na ausência de um pronunciamento sobre o mérito da questão, a Ordem dos Advogados devia verberar a forma obscura como foi detido Hitler Samussuku.”


“Segundo os relatos, o activista foi apanhado e levado por gente desconhecida  e isso caracteriza um sequestro. A viatura em que foi levado também era descaracterizada  e agora, vai ser presente aos órgãos judiciais.”, apontou  o veterano jornalista.


Felisberto Costa questiona como o jovem “é preso por gente não identificada e posto coercivamente numa viatura que não era da polícia. E agora é presente a um órgão oficial do Estado ?”.

 

Pela forma como sucedeu o episódio, o também  membro da União dos Escritores angolanos não tem duvida que “o Estado angolano é o verdadeiro sequestrador do cidadão em causa. São os indivíduos que levaram o Hitler que devem responder, hoje, pelos seus actos- e não o sequestrado”.


“Devo prevenir, que procedi a uma leitura que julgo adequada, do ponto de vista jurídico, da transcrição da oratória em vídeo do activista. Desconheço se a OAA, entretanto, já se tenha pronunciado. Eu queria crer que Samussuku caminhava, ao lado da sua Mãe, numa artéria do bairro Cacuaco, capital da Coreia do Norte, mas não. Foi mesmo em Cacuaco, bairro da capital da República de Angola, país de que é Presidente o general João Lourenço - e ainda não foi informando do sucedido.”, repontou.


Informações chegadas a redação do Club-K, na tarde desta segunda-feira, dão conta que por decisão da PGR, o activista Hitler Samussuku foi posto em Liberdade depois de ouvido na Direção Nacional de Investigação e Ação Penal (DNIAP). O seu advogado Zola Bambi, que sobre o ativista pesava uma acusação de crime de "ultraje ao Presidente da República".


De recordar que o raptos praticados pelos agentes do SIC, tiveram como ponto trágico quando em Maio de 2012, sequestraram na via pública dois ativistas Isaías Cassule e Alves Kamulingue por terem anunciando exercer os seus direitos constitucionais realizando uma manifestação. Os dois ativistas acabaram por ser assassinados pela Polícia de Investigação Criminal, comandada pelo comissário-chefe Eugénio Pedro Alexandre.