Lisboa – O convite que a Universidade Lusíada de Angola, (ULA) fez ao ex-político e historiador português, José Álvaro Machado Pacheco Pereira para participar num ciclo de palestras desta instituição, no Lobito, Benguela, está a causar polemica e acessos debates em fóruns académicos na capital do país.

Fonte: Club-k.net

Acusam-no de ser  “racista assumido  que ofende Angola”

A palestra é subordinada ao tema “os exercícios do poderes políticos”, e está agendada para o dia 20 do corrente mês na província de Benguela. Foram igualmente convidados palestrantes angolanos Marcolino Moco, Fernando Ribeiro, e outros. Porém, é a figura de Pacheco Pereira que tem estado a criar incomodo por alguns sectores em Luanda, o considerarem como “supremacia branca” e “racista assumido que ofende Angola”.

 

Num texto que circula em fóruns eletrónicos da Universidade Lusíada de Angola, o autor Carlos Alberto Pereira relata com indignação que “Hoje de manhã, encontrei uma "saraivada" de emails e mensagens de pessoas que gostam de Angola e que estão repugnadas com o convite feito para que o Sr. Pacheco Pereira, um supremacia branco confesso, um racista assumido que chama os angolanos de "pretos" , "ladrões" , "escarumba" , "corruptos" , "gentinha sem nível" , "gorilas que não deviam sair das florestas" entre outros nomes bonitos, é um convidado de honra que recebeu um bilhete em classe executiva, 15 mil Euros, hotel de 5 estrelas para vir proferir duas palestras em Luanda e em Benguela.”

 

Para Carlos Pereira, “os que fingem ser inocentes, não nos podemos esquecer que o Sr. Pacheco Pereira, quando chama nomes como "macacos" , "escarumba" e outros aos angolanos, não está a chamar apenas aos membros do Executivo. Está a chamar a todos os angolanos. Tanto os que vivem em Angola como os que cá em Portugal como os que vivem em outras partes do mundo.”

 

“Se o dinheiro do nosso país é sujo e vindo da corrução, porquê é que aceitou os 15 mil Euros pagos em Portugal para ir proferir duas palestras em Angola? Em Portugal ou na Europa alguém paga esses valores a este indivíduo?”, lê-se, no email, de Carlos Pereira lembrando que “Num país como a Nigéria ou a Hungria, este sujeito asqueroso jamais seria convidado para coisa alguma”.

 

Em Dezembro de 2012, um texto do Jornal de Angola, assinado por Rui Ramos, acusava Pacheco Pereira de fazer comentários xenófobos, enquanto que o ex-director José Ribeiro acusava-o de ser “grosseiro e malcriado”.

 

As criticas a vinda de Pacheco Pereira, esta a ser igualmente acompanhada por um vídeo em que o mesmo participa num debate da TV SIC, contrapondo as posições do politico Jorge Coelho, que o chama atenção sobre o seu pessimismo quanto ao novo governo de Angola que está aplicado no combate a corrupção.

 

Segundo apurou o Club-K, em Luanda, nestes mesmos meios académicos já há que esteja a fazer paralelismo com o caso recente de Viktor Orban, Primeiro-ministro da Hungria que teve a visita oficial cancelada a última da hora pelo Governo de Angola que declinou recebe-lo devido as suas posições xenófobas. Víktor Orban é segundo a imprensa portuguesa “um dos líderes europeus mais xenófobos e de extrema-direita”.

 

“Se o Viktor Orban, conhecido pelas suas posições extremas contra africanos, migrações e etc foi barrado pelo Governo, como é que uma Universidade angolana convida um indivíduo como esse??”, questiona um conhecido académico, na condição de anonimato.