Luanda - A direcção do MPLA poderá aplicar medidas disciplinares a propor a suspensão do mandato da deputada e filha do ex Presidente da República, José Eduardo dos Santos. Para falar sobre o assunto, ouvimos Mário Pinto de Andrade, do MPLA, Joaquim Nafoia da UNITA e o analista político Orlando Francisco.

Fonte: VOA

Tchizé dos Santos, deputada e filha do ex Presidente da República tem vindo protagonizar, nos últimos dias, factos políticos que têm causado alguns estragos no seio do partido que representa e o seu mandato como representante do povo na assembleia nacional pode ficar suspenso, por estar a violar o regimento interno daquela instituição de soberania.

 


Em causa está o facto de Welwitschia dos Santos estar há mais de 90 dias ausente do parlamento e do país, alegadamente por razões políticas, segundo suas declarações feitas nas redes sociais, em que disse ser alvo de perseguição por parte do seu partido e do governo liderado pelo Presidente João Lourenço.


A deputada Tchizé dos Santos afirmou que já não se revê na actual liderança e na estrutura interna do seu partido e fez duras críticas ao Presidente João Lourenço, a quem chamou de líder ditador e da estar a perseguir os familiares do ex Presidente.

 

Este posicionamento da deputada do partido no poder que, reside actualmente em Portugal, tem causado várias reacções, quer da sociedade civil, de membros dos partidos políticos na oposição, bem como no seio dos membros do seu próprio partido que, questionam as suas motivações políticas.

 

Mário Pinto de Andrade, porta-voz do MPLA, desvalorizou os comentários de Tchizé dos Santos que, segundo ele, não conhece a Constituição e convidou a deputada a fazer as suas críticas em foro político, no comité do partido. Para Pinto de Andrade Tchizé dos Santos disse "baboseiras" e os comentários que fez não fazem "faísca" e não "têm influência nenhuma".

 

Já para Paulo Pombolo, o partido tem órgãos próprios e vai analisar as declarações da filha do ex-Presidente José Eduardo dos Santos à luz dos estatutos partidários.

 

O secretário para a informação do MPLA indicou que, em última análise, e à luz do regimento da Assembleia Nacional e do Estatuto de Deputado, o MPLA, o seu próprio grupo parlamentar e até o próprio presidente do Parlamento podem decidir a suspensão temporária do mandato, conquistado nas eleições de Agosto de 2017.