Luanda – O Tribunal Provincial de Luanda começou esta semana a julgar Rufino Calembo Lucamba, de 27 anos, acusado de ter assassinado um homem, cuja idade não foi revelada, em Abril de 2018, no bairro Sapú II, no Distrito Urbano da Cidade Universitária, em Luanda, a mando da esposa da vítima.

Fonte: NJ
Segundo consta nos autos, a viúva terá ordenado o homicídio do marido porque pretendia ficar com a casa dele, prometendo ao individuo agora em julgamento a quantia de 2,5 milhões de kwanzas. No entanto, o suposto assassino recebeu apenas os 100 mil kwanzas que a esposa da vítima lhe entregou como adiantamento para execução do crime.

Rufino Calembo Lucamba, detido há um ano, está a ser acusado pelo Ministério Público (MP) da prática dos crimes de homicídio e roubo qualificado bem como do de ocultação de cadáver, cuja moldura penal varia entre os 20 e os 24 anos de prisão maior.

Segundo o MP, em dia e mês não preciso do ano passado, o réu Rufino Calembo Lucamba foi contactado pela esposa do cidadão que em vida se chamou José Martinho, para assassinar este e subtrair os documentos pessoais e da residência, em troca de 2,5 milhões de kwanzas, o que foi aceite pelo réu.

A esposa, de nome Isabel Januário Agostinho, mais conhecida por "Bela", foragida da justiça desde a data dos factos, pagou como adiantamento da execução a quantia de 100 mil kz, ficando ainda a dever ao réu 2,4 milhões kz, que ficou de entregar após a concretização do homicídio.

Reza a acusação que no dia 14 de Abril de 2018, o réu, em companhia do seu comparsa, identificado apenas por "João", dirigiu-se à residência de José Martinho, na rua da Macieira, no bairro da Sapú II, no Distrito Urbano da Cidade Universitária, Município de Belas.

"Posto na casa do infeliz", conta o MP, "e munidos de objectos contundentes, arrombaram uma das janelas da casa e introduziram-se no interior da mesma, dirigindo-se ao quarto onde se encontrava José Martinho a descansar, amarraram-no com fita-cola e desferiram-lhe vários golpes até à morte".

"Não satisfeitos", continua o MP, "passadas 14 horas da morte do homem, o réu e o seu comparsa retiraram o cadáver da residência e foram depositá-lo num contentor de lixo que se encontrava na rua principal daquele bairro".

Seguidamente, prossegue a acusação, "pegaram nos documentos pessoais e da residência e entregaram-nos à esposa da vítima, que foi a mandante do crime, conforme o combinado".

Após suspeitas, e devida investigação policial, o Serviço de Investigação Criminal (SIC) deteve no dia 15 de Abril de 2018, 24 horas após o acorrido, o autor do crime.

No momento da sua detenção, o réu Rufino Calembo Lucamba, de 27 anos de idade, confessou totalmente a prática do homicídio. Caso seja condenado, nos próximos dias, Rufino Calembo Lucamba poderá ficar privado da liberdade entre 20 a 24 anos.