Luanda - Há uma foto de uma jornalista como delegada na conferência do MPLA em Luanda que está a ser amplamente partilhada nas redes sociais e a suscitar comentários muito interessantes. Há países Africanos como o Quenia, Uganda e Zâmbia aonde tal foto iria ser vista com indiferença porque o padrão de medida do valor de um jornalista é, cada vez mais, a sua capacidade em ganhar ouvitentes, telespectadores, ou leitores.

Fonte: Club-k.net

Na Zâmbia, havia um jornalista já falecido de nome Chanda Chimba, que fazia um programa na televisão apoiando o governo e atacando a oposição ferozmente. No fim, nem o próprio governo que ele defendia o levava a sério: os ministros e outras figuras queriam ser entrevistados pela a imprensa privada que tinha mais adeptos.


No Quénia, a filiação política do Jeff Koinange, um dos jornalistas mais conhecidos, não interessa a ninguém; o que interessa é que o Koinange que tem um programa de entrevistas muito popular numa estação de FM que faz com que ele ganha mais do que o presidente da Republica; o salário de Koinange é cerca de vinte e cinco mil dólares Americanos por mês. Ele ganha muito mais que o director da estação da rádio em que trabalha. Quando o Koinange está no ar, milhares e milhares de pessoas escutam o que ele está a dizer ou quem ele está a entrevistar. O Koinange é altamente imparcial e trás figuras de todas as sensibilidades para o seu programa.


O dia que o Koinange começar a fazer propaganda a favor de um partido no Quénia vai ser o fim dos seus milhões de dólares!


No Uganda, há o Andrew Mwenda; este jornalista tem um jornal "The Independent" que vende milhares e milhares de exemplares. O Mwenda também tem um programa na rádio escutado por milhares. A marca do Mwenda é a sua imparcialidade.


Na Zâmbia, quando é hora do notícario, as pessoas vão logo para as estações privadas. O efeito disto tudo é que mesmo na imprensa estatal o critério para a valorização dos jornalistas está, cada vez mais, a ser a competência e credibilidade e não a filiação com o partido no poder.

 

Nestes todos países que citei, porem, há cargos administrativos nas instituições da imprensa governamental que ainda dependem do patrocínio politico; o funcionário quer ascender nos mesmos, têm que se encobrir nas cores do partido no poder..