Lisboa - A empresária angolana recorreu ao Instagram para defender o "bom nome" após ter visto anulado um contrato com o Estado por decisão do Presidente da República, João Lourenço.

Fonte: ECO

Continua o diferendo entre o Presidente da República de Angola e Isabel dos Santos. Depois de o Chefe de Estado angolano ter anulado o contrato da Urbinveste relativo à Marginal da Corimba, alegando “sobrefaturação nos valores”, a empresária angolana publicou esta terça-feira uma mensagem no Instagram onde garante que ninguém lhe poderá tirar o “bom nome” e a “reputação”.


Na segunda-feira, o Jornal de Negócios (acesso condicionado) noticiou a decisão do Presidente João Lourenço, que tem implementado diversas medidas que chocam com os interesses do chamado “clã dos Santos”, que envolve a família do antigo Presidente, José Eduardo dos Santos, pai de Isabel dos Santos. Desta vez, está em causa a anulação do contrato entre o Estado e a Urbinveste, controlada pela empresária, relativo à marginal de Corimba.

 

A justificação é “sobrefaturação nos valores” com “serviços onerosos para o Estado”. O projeto, segundo o mesmo jornal, está avaliado em 1,4 mil milhões de euros.

 

“Todos nós temos direito ao nosso bom nome e à nossa reputação. Para um empresário, a reputação é importante, pois é a base da confiança”, começou por escrever Isabel dos Santos num texto que acompanha uma selfie no Instagram. Mais adiante, acrescenta: “O meu bom nome e a minha reputação é algo que ninguém me vai retirar!”

 

Sem referir qualquer dado que aponte para o projeto, a empresária indica, no entanto, que é “responsável por muitas empresas que trabalham e contribuem para a economia” angolana e que tem ainda “responsabilidade acrescida” para com “trabalhadores, parceiros e amigos” que dependem das suas “boas e corretas decisões”.

 

“Este é o sentido de compromisso que tenho com o meu dever de trabalhar de forma correta, legal e justa”, conclui Isabel dos Santos.

 

Declarações que surgem depois de a própria Urbinveste ter reagido esta segunda-feira, acusando que “são falsas e infundadas as afirmações da existência de sobrefaturações nos contratos” relativos ao tal projeto, segundo um comunicado citado pelo Jornal de Negócios. Não se sabe se a Urbinveste vai contestar a decisão de João Lourenço em tribunal.