Lisboa - Numa altura em que decorriam de forma pacifica os acertos para às exéquias fúnebre de Jonas Savimbi, marcadas para um de Junho, o Presidente João Manuel Gonçalves terá  enfrentado  contestação de uma ala radical no regime que o acusa, em privado,  de “ter cometido um grande erro ao ceder à entrega dos restos mortais do líder fundador da UNITA”. A referida ala procura  agora  retirar impacto no evento.

Fonte: Club-k.net

Acusam JL de ter “cometido um grande erro”

Segundo pesquisas, o Chefe de Estado terá afrouxado, e ao cair da tarde desta segunda-feira, o ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente, Pedro Sebastião convocou  a UNITA, para   uma reunião de emergência sobre o tema das exéquias de Savimbi. Porém,  quando  a delegação da  UNITA  chegou ao local marcado, o governante não se fez presente deixando oficiais do seu gabinete que transmitiram a outra parte  que o enterro de Jonas Savimbi já não poderá acontecer ser no dia 1 de Junho como inicialmente programado  e remarcaram  para quarta-feira (29), desta semana.O 

 

Irritada, a UNITA procurou telefonar para Pedro Sebastião para transmitir a sua contestação mas sem sucesso, uma vez que este general da Casa de Segurança está com os telefones desligados.

 

Segundo apurou o Club-K, A UNITA rejeita, a data imposta pelo regime, por considerar que com isso o governo desrespeita o programa gizado pela família e pelo o partido.

 

O Porta-voz da presidência da UNITA, Lourenço António,  recorreu as redes sociais para denunciar que “o governo de Angola pretendia trazer esta segunda-feira, 27 de Maio de 2019, os restos mortais do Presidente Fundador da UNITA, Dr. Jonas Malheiro Savimbi, do Luena para o Kuito, sem o consentimento da Família e da UNITA”, tendo considerado que “com essa postura ficou claro que o Governo quer sabotar o programa fúnebre do líder histórico da UNITA, e impor a sua vontade que altera completamente o cronograma estabelecido pela direcção do Partido para o enterro condigno do Dr. Jonas Malheiro Savimbi.”

 

O programa inicialmente acertado indicava    que nesta terça-feira (29), a Casa de Segurança   faria a entrega formal dos restos morais de Savimbi, à família e a UNITA, na cidade do Luena, depois  a urna  faria   uma curta passagem pelo Secretariado do partido no Moxico rumando para o Bié. Para o dia 29, os restos mortais, seriam levados para à residência oficial do malogrado na cidade do Huambo, e no dia 30, seria a chegada á Vila do Andulo, para no dia seguinte  se realizar o velório na localidade de Lopitanga,  cemitério da família. No dia 1 de Junho fariam, finalmente, a inumação e a cerimonia de enterro e encerramento.

 

No programa que o governo agora impõem, estabelece que farão a entrega dos restos mortais directamente na vila do Andulo, para que seja enterrado na quarta-feira (29). O governo  impõe ainda que o enterro deve terminar antes das 14 horas, alegando que é a hora que o avião deve regressar a Luanda com às pessoas.

 

A UNITA revela-se irritada e desconfia que com estas imposições o governo está a fazer de tudo para impedir que o funeral tenha algum impacto, uma vez que chegam nesta quarta-feira (30), à Luanda, delegações da Europa e África para participarem nas cerimónias das exéquias  do seu líder fundador. Estão confirmadas a participação no ato de personalidades de Portugal, França, Bélgica, Espanha, Burkina Faso, África do Sul e da Namíbia

 

Através das redes socias, Adalberto da Costa, o líder da bancada parlamentar deste partido  considera que o Governo de João Lourenço está no seu pior “desde ontem a tentar impedir a realização do programa de Exéquias ao Dr Savimbi, desrespeitando a vontade da família e da UNITA. Alterou unilateralmente o programa acordado”.

 

O político questiona que “com tamanha brincadeira quem garante que farão mesmo a entrega dos restos mortais de Jonas Savimbi?”


De lembrar que o apoio inicial de João Lourenço para o desfecho deste processo de exumação e exéquias, foi sempre  visto como gesto da sua boa vontade de modo a  retificar erros do seu antecessor que se recusava entregar os restos mortais de Jonas Savimbi, movido pelo receio de que o funeral pudesse atrair paixões ou outro tipo de veneração em torno do seu antigo adversário politico.

 

Savimbi, foi inicialmente enterrado como indigente (com farda enxugada de sangue e sem se ter lavado o cadáver) no cemitério municipal do Luena, a 24 de Fevereiro, numa cerimonia distanciada dos procedimentos tradicionais pretendido pela família. Durante algum tempo, a sua campa no Luena, foi alvo de veneração constante e também palco de atração de turistas (que saiam das outras províncias).