Lisboa  - O secretário de Estado da Economia de Angola admitiu que o país tinha um "posicionamento opaco", mas vincou que o Estado está a retirar-se da atividade económica, deixando os privados ser o motor do desenvolvimento.

Fonte: Lusa

Em entrevista à Agência Lusa no dia em que participa no Fórum Portugal-SADC, que se realiza hoje em Carcavelos, Sérgio dos Santos admitiu que Angola "tinha um posicionamento um bocadinho opaco em relação a quem estivesse fora", mas salientou que as mudanças introduzidas com o novo Governo são agora evidentes.

 

"Estamos a comunicar mais, estamos a falar mais para a classe empresarial, e a mudança significativa é o facto de dizermos de forma clara e taxativa que o Estado se retira da atividade económica e que são os privados que têm de ser o motor da atividade económica".

 

O Estado, reforçou, "retira-se, não será mais o promotor principal da atividade económica, vai sim ser facilitador e regulador, para permitir que haja concorrência".

 

A mudança na perceção sobre Angola, admitiu, não é tão vincada internamente porque as reformas lançadas ainda não estão a surtir efeito: "Esta mensagem é bem acolhida lá fora, mas dentro do país ainda não é assim tão bem acolhida, as pessoas conhecem a realidade e têm receio".

 

Para Sérgio dos Santos, este receio é natural porque "entre a mensagem e o efeito prático há um caminho, mas as pessoas ainda desconfiam a nível interno, só quando estes projetos começarem a ser feitos é que a perceção interna vai alinhar-se com a perceção externa".

 

A economia de Angola deverá crescer abaixo de 1% este ano, saindo da recessão dos últimos três anos, de acordo com a generalidade dos analistas, que nos relatórios têm reconhecido a existência de uma mudança no ambiente económico, ainda que salientando os muitos desafios que o país ainda tem pela frente.