Luanda - O Sr. General Pedro Sebastião e todo o seu corpo de assessores não pode pensar que somos todoos um bando de imbecis desprovidos de cérebro ou mesmo seres inferiores que devem ser tratados como bestas!!!!!!NÃÃÃOOOOOOO.

Fonte: Facebook

Participei de várias das reuniões que a Comissão Multissectorial criada por despacho presidencial realizou desde Agosto/Setembro de 2018. Esta Comissão Multissetorial presidida pelo General Pedro Sebastião era integrada por figuras de proa do Governo diziam bem a relevância que o Presidente da República parecia prestar aos actos de exumação, transladação e inumação dos restos mortais do Dr. Jonas Malheiro Savimbi. Do lado da UNITA foi indicado um grupo chefiado pelo Eng. Mulato e integrada também por membros indicados pela família nomeadamente os filhos Cheya Sakaita, Rafael Massanga, Tão Kangajo e o sobrinho Esteves Betatela Pena.


Desde cedo, percebemos da parte do Gen. Pedro Sebastião tentativas inusitadas de afastar das tratações os representantes do Partido e escolher muito selectivamente membros da família como interlocutores bem como de pisotear desejos da família em relação ao óbito. Há aspectos do óbito que cabem exclusivamente a familia decidir. O Governo não tem nada que impor, conquanto não se violem as leis.Este comportamento foi sempre rechaçado pela família que sempre fez questão que o Partido e a família fossem tratados como um único bloco. Não admira portanto que o General venha agora argumentar que o Partido e a família não se entendem. Nada mais falso!!!


A primeira reunião teve como objectivo definir a data e local a inumação. Da discussão havida ficou determinado que o período ideal seria Maio/Junho de 2019 e o local seria a aldeia de Lopitanga no Andulo correspondendo a um desejo manifestado pelo próprio Dr. Savimbi e reiterado pela família. Com estes dados seriam calendarizados todos os outros passos prévios, nomeadamente a exumação. A família fez questão de assinalar que em função dos muitos rumores que circulavam seria de todo desejável que se realizasse um exame de DNA em laboratório fora do país. Houve uma reunião específica para tratar deste assunto. Estranhamente depois disso o Governo apresentou um calendário impraticável que previa que todos os actos fossem realizados num espaço de 20 dias até 21 de Dezembro. É claro que aquele calendário era irrealista e, por isso, não funcionou e o Governo caiu com acusações gratuitas contra a UNITA por causa do seu próprio erro de cálculo. Daí para frente foram muitas idas e vindas avanços e recuos que se resumem no seguinte:

- O Governo disse desde o início que entregaria os restos mortais no Luena Moxico.

- Sempre se disse que os actos subsequentes a exumação ficariam condicionados aos resultados do teste do DNA.

- Os técnicos dos laboratórios que realizaram o teste do DNA afirmaram a 31 de Janeiro de 2019 que precisariam de 60 a 90 dias para terem os resultados. Ainda assim o Governo preferiu marcar a data de 6 de Abril para a entrega dos restos mortais. Os testes não ficaram prontos desta data e o Governo caiu de novo com acusações gratuitas contra UNITA dizendo que era o Partido que estava a retardar os resultados do DNA e que eles avançariam com o calendário mesmo sem os testes. Foi preciso a Dra Tchimpolo chamar a atenção para as implicações éticas daí decorrentes para o General se despir da sua arrogância.


A 29 de Abril comunicamos o Governo que os resultados do Laboratório que contratamos da Africa do Sul/Argentina estavam prontos, mas o Governo levou mais de 20 dias para reagir, alegadamente por força de outras agendas o que era compreensível.

A 15 de Maio realizou-se uma reunião que estabeleceu um novo calendário tendo como datas relevantes 20 de Maio para a divulgação dos testes de DNA, 28 de Maio para a entrega dos restos mortais e 29 de maio data da inumação. A família e o partido entenderam que a data de 29 de Maio era impraticável para a inumação, isto é o funeral e precisavam de pelo menos mais oito dias para terem as condições reunidas. O Governo disse que estaria indisponível depois do dia 29. Então a família solicitou nesta reunião que se respeitasse a data de 28 para entrega dos restos mortais e que a partir daí seria da responsabilidade da família os passos subsequentes ante a indisponibilidade do Governo. Então foi proposto nessa altura que os restos mortais deveriam ser entregues no Huambo ou entregues no Luena e transportados no Huambo onde terminaria a responsabilidade do Governo. o Governo não concordou com a proposta e fixou a entrega para o KUITO. Abriram-se os resultados no dia 20 como esperado, em conferencia de imprensa o General reafirmou nesse dia que entregariam os restos mortais no Kuito e o Partido estabeleceu o programa que se cumpriria a partir do acto de entrega. Desde essa altura o Governo fechou-se em copas para no dia 27 impor um calendário absurdo que previa a ida ao Luena naquele mesmo dia 27 e a entrega já não seria no Kuito mas sim no Andulo. Se o Governo não estava de acordo com o programa publicamente apresentado pelo pela UNITA e família teve tempo de sobra para se pronunciar e não sair com aquelas atitudes arrogantes que nada o dignificam. O que se passou ontem no Luena, Kuito e Andulo foi um show de arrogância absolutamente desnecessário que apenas manchou a reputação do General Pedro Sebastião e lançou nuvens negras sobre as verdadeiras intenções de reconciliação do Presidente João Lourenço cujo programa de combate a corrupção entrou numa trajectória descendente e a política económica e social anda simplesmente em baixa.

GENERAL PEDRO SEBASTIÃO NÃO SOMOS NENHUNS IMBECIS!!

A mobilização em volta das exéquias do Velho Jonas são a causa destes actos completamente irreflectidos de V,
Excelências.

Maurílio Luiele