Luanda – Finalmente confirmou-se. Os ingredientes utilizados para o processamento da farinha de trigo da ‘Kianda’, pertencente a empresa Kikolo - Sociedade Industrial Moagem, S.A, são impróprios e coloca em risco à saúde pública. Os fiscais do Instituto Nacional de Defesa do Consumidor (INADEC), segundo apurou o Club K Angola, constataram a triste realidade e ficaram todos pasmados.

Farinha de trigo Kianda imprópria para o consumo
Fonte: Club-k.net
Na quarta-feira, 05 de Junho do corrente ano, uma equipa de fiscalização do INADEC deslocou-se as instalação desta fábrica de produção da farinha de trigo 'Kianda' a fim de verificar se, de facto, os produtos utilizados para a feitura deste bem de primeira necessidade, que chegam a mesa da população angolana, são adequados. E a resposta foi simples. Não.

A equipa do INADEC, soube o Club K, encontrou inúmeras irregularidades – de arrepiar até o diabo – e, suponha-se, aplicou a devida multa, de acordo com a lei, uma vez que a direcção desta empresa, cujo sócio maioritário é o empresário Rui Costa Reis, desrespeitou todas as leis em vigor no país.

No local, os técnicos encontraram, segundo apuramos, todos os trabalhadores sem equipamentos adequados de protecção individuais, fezes de felinos e roedores (ratazanas) no local de armazenamentos, Enzimas Amilase ‘Panenzyme AA 1/8’, um activador de fermento, expirado desde o dia 12 de Novembro de 2018, que é mista com o trigo e a falta de higiene no local de armazenamento das matérias primas.

A par isso, foram encontrados produtos finais efectados com pragas (pelos insectos mortíferos cujos nomes científicos são: stegobium peniceum e tribolium castaneum) que supostamente estavam prontas a serem introduzidos no mercado formal e informal para o consumo humano.

De realçar que a 20 de Março deste ano, o Club K Angola denunciou a empresa em questão, por colocar a disposição dos consumidores produtos que não contém informações necessárias exigidas pelas normas jurídicas em vigor no país, criando fortes dúvidas nos males que este bem possa causar as pessoas que venham a consumir, colocando em questão à saúde pública.

Sabe-se que, de acordo com a Lei 15/03, de 22 de Julho e outras normas conexas, todos os produtos de género devem conter informações precisas (na sua rotulagem) no sentido de não induzir os compradores ao erro. Infelizmente, esta medida e não só, não esta ser tida em conta pela empresa Kikolo - Sociedade Industrial Moagem, SA.

Em Novembro de 2017, na província do Huambo, a direcção do Comércio, Hotelaria e Turismo e o Serviço de Investigação Criminal, retirou do mercado cerca de 30 mil quilogramas de farinha de trigo imprópria para o consumo por não conter a data de validade, além do facto de ter sido encontrada muita farinha de trigo de origem duvidosa a ser vendida em sacos de farinha nacional. E suspeita-se que seja o caso.

Em resposta, na altura, da denúncia do Club K Angola, a direcção desta empresa jurou de pés juntos que eram inverdades e ameaçou levar a direcção deste portal informativo ao banco dos réus. Tranquilamente, continuamos a espera da notificação da Procuradoria Geral da República (PGR) para apresentarmos as provas irrefutáveis em nossa posse.