Luanda - Olívio Raúl da Silva, de 28 anos, acusado de matar a esposa, foi condenado na sexta-feira passada a pena de 24 anos de prisão maior e ao pagamento de 15 milhões de kwanzas de indemnização à família da vítima, pelos prejuízos causados, e ao valor de 150 mil kwanzas de taxa de justiça. O julgamento foi realizado no Tribunal Dona Ana Joaquina, em Luanda.

Fonte: JA

Segundo JA, a história conflituosa do casal remonta ao dia 28 de Novembro do ano passado, quando Carolina da Silva, 26 anos, a vítima, regressava a casa por volta das 20h00, depois de ter participado num encontro de confraternização com colegas, em alusão ao aniversário do dono do escritório.



No regresso a casa, no distrito do Zango III, município de Viana, província de Luanda, o esposo, Olívio da Silva, convidou-a para jantar. Carolina da Silva respondeu que estava sem fome, tratou de cuidar da higiene pessoal e foi para cama. Insatisfeito, Olívio da Silva dirigiu-se até o quarto do casal e houve peleja corporal.

 

Nos instantes seguintes, Olívio da Silva arremessou um bloco à cabeça da esposa, desferiu cinco golpes com uma faca no pescoço da vítima.

 

Em seguida, arrastou o corpo da vítima, ainda com alguns sinais vitais, pelos diferentes compartimentos da residência. Depois levou a vítima até à fossa de casa, localizada no quintal, onde a asfixiou com soda cáustica (lixívia). Depois limpou todos os vestígios de sangue espalhados pela casa com uma das vestes da falecida.

 

Entre os motivos apontados para os conflitos conjugais, foi apontado a pressão familiar de Olívio da Silva, por o casal não ter filhos e ciúmes das amizades da vítima, pelo facto de a mesma ter uma progressão académica e profissional em relação ao esposo, que não trabalhava.

 

Apesar dos ciúmes excessivos do réu, o casal nunca informou a família dos problemas que enfrentavam e viviam como se fossem um casal perfeito perante a sociedade. Pelo facto de os problemas tornarem a relação cada vez mais conflituosa, a vítima pediu o divórcio nos últimos meses do ano 2018.

 

Consumada a morte de Carolina Joaquim de Sousa da Silva, o esposo dirigiu-se à igreja (Assembleia de Deus Pentecostal), onde prestou culto de fé, regressando a casa por volta das 7h00 da manhã. Acto seguinte, comunicou alguns vizinhos e efectuou vários telefonemas, primeiramente para o escritório onde a vítima funcionava, simulando preocupação com o silêncio da mesma. Seguiram-se telefonemas à irmã da vítima.

 

Desta forma, a família começou a fazer diligências a procura da filha em hospitais, esquadras policiais e morgues,mas sem sucesso.

 

Indagado várias vezes pelos agentes dos Serviços de Investigação Criminal (SIC), acabou por confessar ter morto a esposa e indicar na sua residência o local onde se encontravam os restos mortais da mesma.