Lisboa – Antigos colaboradores do ex-Presidente José Eduardo dos Santos decidiram entregar as autoridades, os seus passaportes diplomáticos optando por fazer uso de passaportes ordinários para as suas deslocações ao estrangeiro. Os visados são: Manuel Hélder Vieira Dias “Kopelipa”, ex- chefe da Casa de Segurança; Leopoldino Fragoso do Nascimento, ex- Chefe das comunicações da PR, e André de Oliveira Sango, ex- director-geral do Serviço de Inteligência Externa, que recentemente declinou uma proposta para ser embaixador.

Fonte: Club-k.net

Generais de JES passaram a viajar como cidadãos normais

A medida de forma voluntaria e unilateral, tomada por estes generais foi, segundo apurou o Club-K, encorajada depois de o novo Presidente da República, João Lourenço, ter pedido ao MIREX, em Maio de 2018, a actualização “com urgência, da relação das entidades com direito ao uso do Passaporte Diplomático, que venha a pôr cobro o actual estado de banalização deste documento com validade internacional”.

 

Os três oficiais generais, na reforma tem direito a passaporte diplomático na qualidade de ex-dirigentes que ocuparam cargos com categoria de ministros ou secretários de Estado. Porém, por princípios de convicção decidiram dar eles exemplos entregando os seus antigos passaportes diplomáticos as novas autoridades competentes.

 

Eduardo dos Santos é o único que mantém o seu, por beneficiar de um estatuto especial e por também ser membro do Conselho da República. Os privilégios especiais abrange aos seus dependentes biológicos, apesar de uma filha sua, Tchizé dos Santos que goza do mesmo estatuto ter-se visto “dificultada”  em  tratar um novo documento de viagem  juntos aos serviços auxiliares da nova direção da Presidência da Republica, antes de viajar para Europa, onde mora por alegadas “perseguições políticas”.

 

No passado dia 16 de Abril, o general Leopoldino Fragoso do Nascimento viajou à Barcelona acompanhado o José Eduardo dos Santos. Duas semanas depois, regressou à Luanda, e no momento do desembarque no aeroporto de Luanda esperou cerca de 45 minutos na fila da área da emigração angolana como um cidadão normal. No passado, estes generais viajavam e desembarcavam pela sala VIP do protocolo de Estado do “aeroporto 4 de Fevereiro” de Luanda e os seus escoltas é quem retirarem a sua bagagem do tapete da sala de desembarque, sem revista.

 

Está semana, o general Manuel Hélder “Kopelipa”, reconhecido pela sua simplicidade também foi visto na fila de cidadão normal, aguardando pela imigração no aeroporto Humberto Delegado de Lisboa.