Lisboa – A Procuradoria Militar de Angola deteve na sexta-feira(14) o ex- Chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar ( SISM), António José Maria, mas horas depois teve de reverter a decisão, mandando-o para casa, porque, ao que consta, o “detido” sentiu-se mal em decorrência de “um ataque” atribuído a factores como a idade (78 anos).

Fonte: Club-k.net


Embora sem alarido, a detenção de Zé Maria foi inicialmente avançada pelo veterano jornalista Ilídio Manuel que, através do facebook, alertara que havia “um general de peso, Marimbondo de primeira água, que terá dado entrada ontem (14) no Hospital /Cadeia de "Luxo" de S. Paulo.” Em reacção, o internauta, Nsolele Kimpuanza, dizia tratar-se de “um general resoluto e fabricador recorrente de golpes de Estado”.


Na sequência do “ataque” que teve, o procurador militar das Forças Armadas Angolanas, Adão António, é dado como tendo decidido remeter o assunto para o Presidente João Lourenço. Porém, seria nesta segunda-feira (17), que o supremo tribunal militar decidiu, que José Maria,  que responde por oito crimes, passasse a prisão domiciliar.

 

De acordo com dados disponíveis, a possível detenção do antigo patrão da secreta militar chegou a ser planeada no primeiro trimestre do corrente ano, mas foi travada por suposta ordem presidencial. Zé Maria era acusado de crimes contra a segurança do Estado por, à sua saída do SISM, ter levado consigo documentos, na altura justificados de que não entregaria a fim de salvaguardar segredos do antigo Presidente José Eduardo dos Santos, de quem é fiel.

 


Depois de denunciado o facto, o general terá depositado os documentos da Fundação Eduardo dos Santos (FESA, onde exerce actualmente funções) que mais tarde os restituiu aos inspectores.


O caso foi considerado de particular gravidade por ter sido possível que, até à sua restituição, tenham sido feitas cópias dos referidos documentos classificados, como na altura havia reportado o Africa Monitor Inteligence. Apesar de travada a detenção eram conhecidas em José Maria intenções de sair do país, com maior probabilidade de viajar para Portugal.


António José Maria foi, durante a vigência da era Eduardista, um dos principais focos de divisões e tensões internas que proliferaram no regime do MPLA. Porem, o ex-Presidente JES perdoava-lhe, sistematicamente, os erros em que incorria devido a convincentes manifestações de lealdade de José Maria, com o qual partilha alguma afinidade.»