Luanda - Angola regista um grande atraso quando o assunto é ciência pura e/ou aplicada. Isso é bem verdade. Este assunto foi bem reconhecido pelo actual Chefe do executivo angolano JLO ainda nas vestes de candidato presidencial pelo MPLA, por isso adiantou como prioridade durante o seu mandato; situação bem acolhida pelos ávidos jovens angolanos formados em Física, Matemática, Química, Electrónica,... só para citar estas áreas. Muitos dos jovens formados nessas áreas e que possuem apenas a licenciatura são docentes do ensino superior público, ostentando categorias nas classes de assistente.

Fonte: Club-k.net

MESCTI coloca ciência e tecnologia em Angola à beira da morte

A grande surpresa (pela negativa) aconteceu quando saiu da imprensa o estatuto da carreira docente do ensino superior... O que parece foi elaborado à luz de interesses pessoais que visam vingar-se contra os miúdos que marcam os primeiros passos nas áreas de ciências puras e/ou aplicadas, pelas seguintes razões:


1. Em Angola não se fala de mestrados em Física, Biofísica, Electrónica, Matemática Pura, e tantas outras áreas em que o mercado é deficitário. Para extinguir os poucos existentes e fechar os cursos ou mandar cubanos (como podem até ser cabo- verdianos) o estatuto consagra: quem estiver a formar-se fora por conta própria não deve permanecer lá num período superior a três meses, isto é, deve alternar três meses dentro e três meses fora: situação impossível para um mestrado/doutoramento em ciências pura e/ou aplicada em que a componente laboratorial envolvida para o angolano é uma maravilha;


2. Quem beneficiar de uma bolsa de estudo deve ser cortado os seus salários até terminar porque estaria a ganhar de forma duplicada: quase todos envolvidos nessa situação são pais de famílias – também irão à bolsa?


3. A fim de quatro anos sem uma pós-graduação os assistente estagiários que não mudarem o nível serão desempregados, porque ainda são estagiários: sendo que o último concurso público havia sido em 2013 e o despedimento prevê-se em 2023 – existe uma profissão com estágio que dura 10 anos ou o estagiário a que se refere é designação de uma categoria que não está sendo bem compreendido!!!


4. A formação deve ser vertical: electrónica na licenciatura, no mestrado e doutoramento: maka séria: como fazer isso com leis duras de três meses dentro e três fora, como se fosse Teologia...


Tempos depois, um aviso vem ainda contrariar tudo ao afirmar que o docente do ensino superior que estiver a formar-se dentro do País caso esteja na faixa etária até aos 45 anos, beneficiaria de uma bolsa de estudo interna: ah, agora sim! Está quase compreendido que não se pensa noutra coisa se não garantir estudantes há muitas Universidades Públicas e Privadas onde são colaboradores directos e/ou indirectos; pois vejamos:
1. Quem estiver fora do País a formar-se e quem estiver dentro quem está mais desprotegido: fora a renda acaba na segunda na terça rua; dentro do País negocia-se com a Tia Joana Taca para esperar o salário...


2. Se o problema é divisa, é bem possível transferir o valor da bolsa interna ao docente em kwanza para que a sua família utilize a via que tem utilizado para enviar os valores; até já há transferências bancarias de ajuda de custo à familiares em formação no exterior.


Mas ainda, há como o País poupar dinheiro com abertura de cursos de Mestrado e Doutoramento através de parcerias com Universidades estrangeiras... Pode-se diminuir o número de bolseiros para trazer mais professores e formar aqui dentro. Sei que já vai se falar de falta de condições de laboratórios; pode-se resolver através da unificação de duas ou três universidades (Laboratório de Física Geral UAN; Electrónica Metropolitana; Fluidos UTANGA)!!!


Por favor não nos despeçam só porque desde 2012 até hoje quase todos passamos os 35 anos e como não somos nós que trouxemos a crise financeira (que estragou tudo) então ajudam- nos a nos formar!


Chefe Buza: sábado e domingo pregas o amor e não pode pregar o ódio de segunda à sexta...