Luanda - Jogar limpo ou abrir ou não o jogo. Qual é a opção? As incongruências. Erros. A manutenção de figuras altamente e nacionalmente contestadas porquê? Isso está a ocorrer.

Fonte: Club-k.net

Não se pode saber pelo ouvir dizer. Deve haver sim um processo de comunicação e informação que permita à todos nós principalmente aos adeptos de acompanhar o que se está a passar com a nossa equipa do coração. Realmente a situação preocupa-nos e em todos os domínios.

Vivemos um processo de transição não de continuidade, mas de ruptura com o passado. São processos opostos: a transição com ruptura e a transição com continuidade. Se a segunda é pacífica, a primeira é diametralmente oposta.


Em ambientes autoritários isso ocorre à ferro e fogo. Em democracia não. Somente um processo abrangente de informação e de comunicação se consegue alcançar os objectivos da transição com ruptura.


É ruptura em quase todos os domínios o que está a acontecer em Angola. É difícil realmente e duro liderar a situação que ocorre decorrido 38 anos: romper com o mau do passado, estabilizar e desenvolver num contexto de transição com ruptura.


O jogar limpo nesse processo é imperioso mesmo que não abramos o jogo. Com o jogar limpo e em fair play, os adeptos, sócios, os treinadores de bancada ou os «olheiros» terão muita confiança na equipa e naturalmente aparecerão para apoiar e dar as suas contribuições da bancada e não só, pois quem está fora vê melhor dos que estão dentro e são o objecto da acção da equipa .


E foi com fair play e jogar limpo que in extremis se conseguiu evitar uma derrota expressiva contra a família e o grupo do Galo Voa e mais tarde com os empresários (ricos) de Angola nos assuntos ligados ao enterro do Mano Mais Velho e do IVA.


No primeiro caso foi mesmo derrota. Jogando limpo mas habilmente o grupo do Galo Voa conquistou uma brilhante vitoria por 2-1. Marcou golo por finalmente conseguir enterrar e marcou golo com o auto golo de um dos defesas da equipa que de mão beijada deixou que o enterro se fizesse em Maio.


In extremis lá a equipa conseguiu reduzir a desvantagem ao marcar um golo quando se contornou todos os obstáculos e num abrir e fechar de olhos a tempestade do desentendimento desapareceu.


A nossa equipa doravante vai passar a vivenciar no mês que lhe tira todos os anos o sono desde 1977 com mais um causo: a celebração do enterro do Mano Mais Velho.

Foi uma vitória habilmente delineada mas escondida a ferro e fogo: empurrar o enterro do Mano Mais Velho para o mês que ensombra a equipa todos os anos, foi uma lição política de como jogar limpo e ganhar sem abrir o jogo. Quando se deu conta já era tarde.


Maio passará a ser mês imortal por causo do 27 e do enterro do Mano Mais Velho, dois assuntos que aumentarão mais a dor de cabeça e tirar o sono.


Portanto e voltando ao assunto, o jogar limpo é o essencial para a credibilidade de um processo de ruptura. Não imitemos ou melhor, que não nos passe pela cabeça tomar atitudes ou realizar acções precisamente iguais as que constituem pontos de ruptura com o passado: a ausência ou falha de comunicação e de informação. Buscar harmonia e consenso através do diálogo aberto e sincero é o apanágio.


Isso é que é jogar limpo mesmo que não se mostre o jogo, pois há adversários que perseguem os mesmos objectivos com estratégias e estratagemas diferentes e que fazem parte do campeonato e há também inimigos no seio da própria equipa formada quer por jogadores que não foram opção do leader, quer por sócios que foram afastados dos lugares de liderança por graves erros cometidos ou por sócios desmotivados pelas mudanças que estão a ter lugar.


A ausência de informação e a nulidade de comunicação mais a insuficiência dos resultados propostos ou resultados negativos da nova equipa serão sempre explorados e empolados por esse grupo interno na tentativa de desvirtuar e substituir a liderança.

Há ainda os «Diversos» constituídos pelos letargos, os incompetentes, os politicamente expostos da equipa que exercendo cargos de destaque não criam «IVA» para a equipa quer no parlamento, quer no congresso ou no governo central ou provincial, administração municipal, direcção de empresas públicas, etc.


Compreende-se assim a necessidade de se jogar limpo sem batota interna ou externa pois o campeonato tem adversários atentos e fortes que almejam alcançar o primeiro lugar e o vencer.


A acrescentar isso a equipa tem também os inimigos internos que somente pretendem o derrube do leader e da direcção. Esses últimos são os mais perigosos como se depreende. Porque estão dentro e o estatuto os protege. Não estão preocupados com o campeonato mas sim com a direcção.


Os erros dos «Diversos» na consumação dos seus actos conforme já vem acontecendo também consubstanciam na má imagem da liderança e na sua contestação pelos adversários e inimigos


Por causa desses três causo (os adversários do campeonato, os inimigos internos e os diversos) nem sempre se poderá abrir o jogo. O líder deverá traçar o objectivo mas sem definir o estratagema. Para que nem os adversários nem o inimigo façam o contra e começam a desmontar logo no inicio do jogo a táctica e começar imediatamente a equipa a sofrer pressão e golos. Mas agindo assim cria-se um antípoda com os sócios e adeptos.

Como contornar isso?

Com os adeptos, claque de apoio e sócios deve haver sempre diálogo representativo aberto e franco de informação, auscultação e de concertação. E aí a equipa está a falhar.


O que estou a fazer com este artigo é precisamente ir ao encontro da equipa, evitando que assuntos sensíveis devem ser colocados e discutidos em lugares impróprios.


Os grandes assuntos debatidos pelos adversários ou contestados pelos inimigos, não estão a ser objecto de informação e de apreciação junto dos adeptos e sócios.


Experimente falar com um adepto e procurar informação, não estou a dizer explicação, mas sim uma simples informação sobre o que é isso de IVA e porque é que está a dar vozearia junto dos ricos.
Experimente perguntar à um adepto por exemplo o que é isso da comissão para homenagear as vitimas dos conflitos políticos.


Experimente perguntar à um adepto o que é isso da conta geral do estado e porque que está a dar igualmente balbúrdia,


Vai-se infelizmente se perceber que não sabem nada e muito menos estão em condições de explicar o que não sabem.


Portanto os adeptos não devem ser tidos como órgão de escape e residual, mas de depósito e de alimentação com o qual se deve primordialmente contar para a divulgação e explicação das políticas que se desenvolvem à todos os níveis.


Combustível sem depósito não acumula nada para fazer o motor funcionar. O motor puxa combustível do depósito para funcionar. E nesse processo há vários filtros para que o combustível chegue puríssimo e adequado para funcionar sem falhas o motor.


Siga-se esse exemplo e procure-se congregar os adeptos e sócios em torno do leader e dos objectivos.


Baixe-se directivas para que os adeptos funcionem e se sintam como IVA contribuindo também no processo de ruptura.


Ponha-se os adeptos e sócios a participar e a contribuir, através da emissão o de directivas que estabeleçam para todos entre outros assuntos, a análise e funcionamento interno, análise e estudo dos discursos do leader, os temas candentes da actualidade nacional e internacional e a situação das outras equipas oponentes.

Fazendo isso, entrosa-se, prepara-se e educa-se os adeptos para enfrentarem os grandes desafios.


Portanto vamos lá agregar esses sócios, adeptos e treinadores da bancada para que recebam, partilham, comentam e aconselham sobre os vários assuntos em jogo.


Não fazendo isso, a equipa e o líder estarão a provocar o divórcio e podem crer que se as coisas correrem mal não terão o apoio, simpatia e compreensão dos sócios e dos adeptos. Pelo contrário.

Lembre-se dos apupos que o antigo líder recebeu quando pretendia manter-se na liderança por mais algum tempo?
O novo líder congregou simpatia na comunicação, no contacto e no fluir da informação que o antigo precisamente não dava e quando tentou esse caminho foi vaiado.


Os midia, as infosites estão a fazer o seu papel e muito bem.


Informação, contraditório e opinião fazem parte de um bom sarrabulho. Mas não está a chegar à todos, principalmente aos adeptos.


Portanto a equipa tem que mudar o estilo de jogar limpo sem abrir o jogo, mas melhorando a informação e comunicação junto dos sócios e adeptos através mais de intra-diálogos e menos comícios. Num existe bilateralidade e no outro unilateralidade. Num se escuta e se partilha ideias e informação e no outro só se escuta.


Nós adeptos temos que perceber isso e nessa altura aceitar alguma falta de transparência.


É compreensível e temos que ter paciência por alguma «intransparência» que se possa verificar, sem que e aí sim, nunca se aceite o jogo sujo de nenhuma das partes.


Já viram o que é participar num campeonato com adversários em franca ascensão e reforços e ao mesmo tempo internamente possuir inimigos assumidos e escondidos na «calanga» que são contra a formação e rejuvenescimento dum nova equipa rumo a vitoria doravante a ser conseguida e sustentada de forma diferente que a das anteriores?


Já viram o que é ter um grupo de «Diversos» que pelas suas características errarão a todo momento quer por negligência ou incompetência.


Então percebamos que nem sempre jogar limpo necessariamente obriga e significa ter que se abrir o jogo devido facto do campeonato possuir grandes equipas ou a nossa possuir pontos fracos.


Mas jogar sujo nunca de parte de ninguém.


No desporto «abrir o jogo» isso não funciona, á menos que o campeonato tenha equipas fracas e que se possa em cada jogo definir os estratagemas. Em política não é assim.


Há coisas que parecem incongruentes e desabonatórias ou por não estarem a ser feitas, ou por estarem a ser feitas lentamente ou por estarem claramente a serem mal feitas. Mas podem estar a obedecer a uma táctica bem urdida mas desconhecida.


E perante esse contexto se com a nossa opinião fruto do desconhecimento e eivados de razão, bombardearmos a direcção com epítetos de zarolho, cego, mudo, surdo, etc, então não estamos a fazer nada e eu não gosto porque não é nada bom.


Compreendamos então a gravidade da situação. Fui claro?