Luanda  - O representante da ONUSIDA em Angola considerou hoje que "não existem razões" para que no país continuem a nascer crianças infetadas pelo VIH/SIDA transmitido pelas mães, que atingiu já 26%, acreditando que até 2022 a taxa "seja nula".

Fonte: Lusa

"É sim possível vencermos, porque na transmissão do VIH/SIDA da mãe para o filho há muitos países que já chegaram a zero. Não há razões para que Angola não chegue", afirmou Michel Koukou, em declarações aos jornalistas à margem do Encontro Nacional da Rede Angolana das Organizações de Serviços de Sida (ANASO), organização não-governamental.

Segundo o responsável, essa meta poderá ser atingida até 2022.

Em maio, o Instituto Nacional de Luta contra Sida (INLS) angolano anunciou que pelo menos 13.000 pessoas morrem anualmente vítima da doença e que das 310.000 pessoas vivendo com VIH/SIDA, cerca de 27.000 são crianças, 190.000 mulheres e 21.000 grávidas.

Segundo o INS, a taxa de prevalência de seropositivos em Angola é de 2,0% e as províncias angolanas do Cunene com 6,1%, Cuando-Cubango com 5,5%, Moxico 4,0% e Lunda Sul com 3,9% "continuam a registar altas taxas" da doença.

A taxa de transmissão vertical da doença, de mãe para o filho, no país é de 26%.

Em face dessa elevada taxa, a primeira-dama de Angola, Ana Dias Lourenço, lançou, em dezembro de 2018, na província do Moxico, leste do país, a campanha "Nascer Livre para Brilhar" que "visa eliminar a transmissão do VIH/SIDA da mãe para o filho e reduzir o índice para metade até 2022".

Hoje, o responsável da ONUSIDA elogiou esta iniciativa.

"É por isso que agradecemos a iniciativa da primeira-dama de Angola, com a campanha "Nascer Livre para Brilhar", porque com essa figura nessa luta, não só como madrinha, mas com maior sensibilização da população, das mães, vai permitir-nos ganhar essa luta", disse.