Luanda - Confesso que de algum tempo para cá vai me parecendo ridículo comentar e/ou mesmo emitir alguma opinião sobre a marcha política da nossa Angola, que julgava já estar nos anais da mudança, mas afinal como se diz no bom angolés "mi nganei mbora", dito de outro modo é a mesma palhaçada num "circo" que vai ganhando cada vez mais adeptos.

Fonte: Club-k.net

Agora a solução já vem a reboque de um tal PIIM (Plano Integrado de Investimento nos Municípios)? Até soa bem quando pronunciado de uma só vez, assemelha-se a uma buzina PIIM, PIIM PIIM. Mas, não passa disto quando analisado de acordo ao discurso de apresentação do seu "mentor", o todo poderoso Titular do Poder Executivo, que falou sobre tudo, mas nada disse.


Atente-se que, os números apresentados são por um lado insuficientes e pouco esclarecedores e por outro lado omissos.


Ora vejamos, Angola tem cerca de 1.246.700 quilômetros quadrados, um território bastante extenso dividido em 18 províncias e mais de 160 municípios. Note-se que, grande parte dos municípios em Angola são muito extensos e arrisco-me mesmo a dizer que têm a dimensão de certos Estados por esse mundo a fora. Posto isto, o que representará para a população angolana a criação de 200 unidades hospitalares? Para melhor percepção teremos uma média de 1 unidade por cada município, partindo de uma premissa de equidade na distribuição das receitas.


Sobre as escolas e estradas fica tudo omisso, nada se sabe ou se se quer divulgar. Que há campos em Angola e que a grande parte da população tem o campo como o seu campo petrolífero é sabido. Entretanto, precisa-se perceber o reflexo que o São João da Salvação, isto é, o PIIM terá em termos quantitativos e quiçá qualitativos, na vida das populações. Quantos camponeses ou cooperativas estão ou se pretende envolver neste Plano, que “assume-se” mais como um programa, e quantos quilómetros de estrada se pretende asfaltar para facilitar o intercâmbio entre o campo e a cidade.


Outrossim, e que foi o pano de fundo do então candidato do MPLA em 2017, agora Presidente da República Popular de Angola e concomitantemente Titular do Poder Executivo, é a criação de 500 Mil postos de emprego que, em minha opinião perdeu uma “soberana" oportunidade para fazer vincar a sua promessa, pois decorridos cerca de 2 anos de mandato do actual presidente, nada se sabe o quanto ja se conseguiu em termos dos tais postos de emprego. Onde se encaixa e como serão criados esses tais 500 Mil postos de emprego no PIIM?.


Enfim, temos uma Angola muito potenciada em recursos naturais e pouco qualificada em matéria de potencial humano e que infelizmente vai sendo useira e vezeira no uso do método das tentativas nos seus sucessivos Executivos… já convivemos com essa realidade por quase 40 anos… neste ritmo vamos a meia década de insistência no método de tentativas. Precisa-se urgentemente de partir para outros métodos, porque não ressuscitar René Descartes?

Njunjulo António