Luanda - O lançamento do recente Plano Integrado de Intervenção nos Municípios de iniciativa presidencial é um projecto cujos resultados são ainda difíceis de prever, mas que as expectativas são maiores.

Fonte: Club-k.net

Para João Lourenço e seu MPLA é oportunidade para sacar da cartola a última bala de confiança que ainda o povo concede a este partido que muito deixou a desejar nos últimos anos pela gestão desumana do erário público, algo que tem sido confirmado pelas quotidianas revelações do mosaico político-judicial.


Na verdade, o MPLA até antes mesmo de João Lourenço, era apenas uma máquina de roubalheira e que se JES arriscasse a candidatar-se os danos seriam severos. Mas não é por aí que queremos enveredar nesse nosso artigo.


Em causa está exactamente o PIIM que agora parece uma ideia nova do nosso famoso JLo que nas vestes de Presidente da República teve a tão surpreendente iniciativa, que embora nos bastidores se veja como uma forma de potenciar os futuros autarcas pelo MPLA, dum lado se pode constituir de uma sabotagem para os políticos que pretendem aproveitar-se das fraquezas do MPLA na melhoria das vidas da população nas localidades.


Só que o povo quer apenas o bem-estar com serviços básicos necessários para que a vida continue a realizar-se nos municípios. Este acto de bem servir, não importa quem o protagonize, afinal de contas, temos poucas preferências enquanto cidadãos, mas temos opções, tais que nos podem levar ao bem-estar desejado.


Os administradores municipais devem e precisam aprender com o passado negro do MPLA. Desviar coisa pública desde sempre foi um crime. Só que antes era um crime impune, ou que, dificilmente era imputado aos actores. Aliás, quem mais roubava ao estado tinha a maior possibilidade de ascender de cargo em cargo através da famosa táctica da obtenção de dividendos com os superiores hierárquicos, parecendo-se assim um "bom menino".


Apesar de estarmos diante do mesmo MPLA, com os mesmos rostos na sua maioria, é de se admitir que a consciencialização sobre o fenómeno da honestidade já assumiu as rédeas do poder e começa agora a estabilizar-se no seio dos governantes que são todos dos "camaradas".


Quem ainda não aprendeu a gerir bem o que é do povo, eis a oportunidade com o PIIM, a grande avaliação final para os administradores municipais: Nada de "olho grande!"


Sabe-se que o PIIM foi criado para mitigar as variadíssimas dificuldades por que passam as populações locais e tentar melhorar certo nível de oferta de serviços básicos, começando pelas prioridades, mas dito certo é que se tornará num tecto em pronto desabamento para aqueles que ainda insistirem em tirar dividendos das receitas cabimentadas em seus municípios.


Quem souber identificar as prioridades concretas através da auscultação e estudos de viabilidade pode sagrar-se campeão neste projecto.


Contudo, não há nada a prever, mas muito a esperar e tanto por prevenir para não se cair em ilusões eduardistas, onde a subtracção é a única operação matemática que os governantes sabiam demonstrar com mestria de carris elevado. Chegou a hora de somar melhorias através da multiplicação de serviços.

FORÇA AÍ, SENHORES  ADMINISTRADORES!


Por Felisberto Ndunduma Sakutchatcha
*Conferencista, Professor, Investigador, Escritor e Desenvolvedor Tecnológico.