Luanda - O líder do MPLA e Presidente angolano considerou sexta-feira que a substituição do secretário-geral do partido, ocorrida no 7.º Congresso Extraordinário a 15 de junho, "não tem explicação, nem tem de ter".

Fonte: Lusa


Numa entrevista conjunta ao semanário Novo Jornal e à Televisão Pública de Angola (TPA), difundida na noite de sexta-feira, o presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), João Lourenço, também chefe de Estado angolano, comparou a saída de Boavida Neto e a entrada de Paulo Pombolo a uma substituição num jogo de futebol.

 

"Não tem explicação, nem tem de ter. É um jogo político. É como num jogo de futebol. As substituições visam reforçar a equipa e foi isso que se fez", disse João Lourenço, negando a existência de qualquer mal-estar com o ex-secretário-geral do MPLA.

 

Uma das leituras feitas pela imprensa angolana foi a de que Boavida Neto, numa entrevista ao semanário angolano Expansão, defendeu o legado do ex-chefe de Estado de Angola José Eduardo dos Santos, que deixou o poder em setembro de 2017 após 37 anos na presidência do país.

 

"Não me senti desconfortável. Sou frontal. Se não tivesse gostado teria dito [a Boavida Neto]. Foi uma substituição", insistiu, garantindo que outra das medidas tomadas no congresso, o aumento de 363 para 497 do número de membros do Comité Central do MPLA, não foi para diluir o peso da "velha guarda" do partido.

 

"Ninguém saiu, nem da velha guarda nem da nova guarda. Houve um rejuvenescimento do partido. Injetámos jovens, género e quadros. É um reforço na qualidade para os combates que estamos a travar, contra a corrupção e impunidade e pela diversificação da economia, e para os que vêm aí [eleições autárquicas previstas para 2020]. Estou melhor servido no Comité Central", sustentou.

 

"Aliás, foi a 'velha guarda', antes sequer de ser eleito Presidente da República ou líder do MPLA, quem mais escreveu a José Eduardo dos Santos a dar conta da necessidade de se começar a pensar na sucessão", contou.