Espanha -  A democracia brasileira tem uma característica a que já nos habituou. Todos os anos, vem sempre na praça pública um escândalo político. Mais o que existe na democracia brasileira semelhante a democracia angolana?


Fonte: Club-k

-  Escanda-lo do mensalão 2006;
- Ex-presidente do senado Renan Calheiros 2007;
- E até do famoso deputado que tinha um castelo 2008)....
- E este ano (2009) para não variar ofereceram a opinião pública o escanda-lo do presidente do senado José Sarney!


Amigo leitor, vamos tentar desvendar este mistério calmamente porque chegaremos nas similaridades entre Angola e Brasil.


No ultimo escanda-lo quem foi servido. Surpreendentemente foi o presidente Lula e a confirmação foi feita no programa radiofónico emitido num domingo de manha denominado “café com o presidente”. Dizer que José Sarney não era uma pessoa comum porque já tinha sido presidente da republica 1985-1990 e que NEM TODOS OS CRIMES SÃO IGUAIS ...!


Isto é:  Existem pessoas na sociedade pela sua história, posição que ocupam e família que pertencem devem ter um tratamento diferente quando cometem um crime.


Após a exposição acima referenciada ser que existe alguma alguma semelhança com Angola? Nos últimos anos tem se ouvido falar em Angola de múltiplos crimes cometidos por diferentes personalidades inseridos em diferentes grupos sociais. Mas “parece” que nem todos têm recebido o mesmo tratamento:
Lembro-me a uns anos atrás quando o ministro da justiça ainda era o Dr. Paulo Tchjipilica fez uma visita a algumas cadeias de Angola e entrevistou alguns presos. Um indivíduo que estava a dois anos preso por ter furtado um televisor. O outra 8 meses por furtar uma galinha e (...)


Até hoje parece que as coisas não mudaram para melhor. Ouvimos relatos de pessoas que passam anos na cadeia por terem furtado um telemóvel ou simples 200 dólares e inclusive aqueles que furtam uma simples galinhas.


Não defendo que essas pessoas não devam ser punidas. Mais pretendo dizer que quando um do famoso deputado na “reserva” esbofeteia quase meio mundo inclusive um policial fardado e em pleno serviço, uma dona de restaurante na ilha de Luanda e um DJ em Benguela no aniversário de uma ex-misse e simplesmente nada a lei não se faz vincar, estaríamos perante a selecção visível da aplicação da lei por preferências.


O mesmo diria que a lei age selectivamente quando o filho de um ex-primeiro ministro que agredia quase todos que cruzavam no seu caminho na estrada, no prédio onde vivia, a própria esposa, e consta que chegou a ameaçar o filho do presidente da república numa famosa casa nocturna de Luanda.


E como se não bastasse quando uma deputada com a função de fiscalizar ao mesmo tempo tem responsabilidades como empresaria, jornalista, e gestora de uma empresa pública. E sem esquecer dos generais que ocupam terrenos ilegalmente ameaçando as pessoas e dos muitos gestores públicos que passam por árbitros e jogadores ao mesmo tempo.


Outro peculiar exemplo que suporta no atropelo da lei em Angola e quando o ex-presidente da sonangol tem acções pessoais em empresas petrolíferas e outros negócios milionários. Quando a esposa de um ex-ministro das finanças que negociava com as empresas a forma de pagamento das dividas que o governo tinha com essas empresas? E o mas lacónico esta esposa do governante e indicada para um premio de mulher gestora e empreendedora ano.


E do lado oposto para mostrar que nem todos os crimes são iguais: Os criminosos que a polícia angolana resolveu que assassinaram a deputada, e dezenas de outros crimes que também chocaram a sociedade que ficaram no esquecimento.


No fim de tudo ainda apetece-me perguntar: Em Angola todos os crimes são iguais?


OBS: Por certo que existem muitos crimes e atropelos a lei em Angola mas espaço faltaria e estes exemplos servem apenas para reflectir como se encontra a sociedade angolana.


Sugestão de leitura: “barraco Tropical” de José Agualusa, livro que retrata o futuro de Angola se não se mudar a forma de lhe dar com os recursos minerais, principalmente o petróleo! e que daqui a alguns anos seremos uma sociedade miserável de facto!