Lisboa – A decisão das autoridades angolanas em manterem o antigo Chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar (SISM), em prisão preventiva em casa, em detrimento da cadeia de hospital de São Paulo, foi baseada em considerações a cerca do seu estado de saúde que requerem atenção.  

Fonte: Club-k.net

Novo Presidente tem estado a perdoa-lo 

Quando esteve prestes a ser detido pelas autoridades, o general António José Maria, de 79 anos de idade,   teria perdido  os sentidos no momento em que lhe estavam a colocar às algemas no pulso. Apos ao ataque que teve, o general , declarou-se com a saúde fragilizada decorrente a  doença de Parkinson. A doença traz lhe sintomas de sensação  de tremer as mãos.  Para comer, usa apenas colher,  em detrimento de  garfos para evitar  acidentes.

 

No seguimento do quadro observado no mesmo, o presidente do Tribunal Supremo Militar, general António dos Santos Neto “Patónio”, fez uma comunicação a João Lourenço,  na qualidade de comandante em Chefe das FAA, pedindo um parecer e informando que pela gravidade das acusações,  há razões suficientes para manter António José Maria em prisão efectiva.

 

Lourenço, por sua vez deu parecer favorável ao antigo patrão da secreta militar ficando o mesmo em prisão domiciliar, na sua residência privada, nos arredores da Praia do Bispo,   e com direito a sair de casa,  no período da manha, para ir fazer exercícios físicos, na marginal de Luanda.

 

O general António José Maria está a ser acusado de levar para casa documentos qualificados do Serviço de Inteligência e Segurança Militar (SISM), a pretexto de que estaria a salvaguardar segredos do antigo Presidente José Eduardo dos Santos, tendo se recusado a realizar o acto de entrega de pasta ao seu sucessor, general Apolinário José Pereira.

 

Ao tempo do regime de José Eduardo dos Santos, o general Zé Maria era entidade que convencia o antigo Presidente a não sair do poder. Amedrontava-lhe dizendo que opositores internos planeavam dar-lhe sucessivos  golpes de Estado. O maior excesso de Zé Maria, aconteceu em Junho de 2015, quando mobilizou o SIC para prender 15 jovens em Luanda. Os mesmos   forjaram  uma falsa acusação de que os jovens queriam dar um golpe de Estado e assassinar o ex- Chefe de Estado. Para a fabricação desta acusação, o general contou com o apoio do antigo PGR, João Maria de Sousa e um Vice-PGR, Luciano Chaca causando sofrimento as famílias dos detidos.

 

Osvaldo Caholo, que fazia parte do grupo de jovens acusados de dar golpe de Estado, escreveu recentemente o episódio em que esteve perto de ser executado pelo SIC, a mando de Zé Maria, quando foi raptado, em casa, pelos agentes da instituição liderada pelo comandante  Eugénio Alexandre. Já, em 2012, o SIC, e o SISM na pessoal do general Filomeno Peres "Filó", assassinaram, em Luanda, dois activistas, Isaias Cassule e Alves Kamulingue.