Lisboa – O novo comandante da Polícia Nacional em Benguela, Comissário Aristófanes Cardoso dos Santos suspendeu nesta sexta-feira (5), por 30 dias, o director provincial da ordem pública, Carlos Lito Mota Da Silva Manuel “Lito Mota”, no seguimento de insubordinações e desautorizações naquela corporação. A medida foi justificada como necessária para  “manter a disciplina laboral  a coesão necessária nos membros deste comando provincial da Policia Nacional”


Fonte: Club-k.net

O clima azedo entre ambos,  começou desde o anuncio da  nomeação de Aristófanes Cardoso dos Santos como novo delegado do interior naquela província. Ambos são naturais de Benguela e consta que antes de Aristófanes ter deixado a província   rumo a Luanda, e consequentemente ao exterior, por razões de estudos (formado em ciências policiais, em Portugal), foi subordinado de “Lito Mota”. Ao regressar a Benguela como comissário e como comandante provincial, tornou-se chefe,  do seu antigo chefe, “Lito Mota”. 

 

Carlos Manuel “Lito Mota” é tido como estando numa situação de  intranquilidade quanto a este fenómeno. Tão logo  soube que o próximo comandante provincial seria um antigo subordinado,  recorreu as redes sociais para fazer desabafos que caíram mal. 

 

Escrevia “Lito Mota” que  “Hoje volvidos 15 anos concluo que sim... mas sinto que é falta de qualidade, falta de profissionalismo, desempenho e liderança da minha parte. Por isso estou estagnado e compreendo. Enfim rendi-me as evidencias. mas jamais me tirarão a dignidade e honestidade. jamais ofuscarão os meus conhecimentos. coisas da vida”. 

 

O mal estar,  entre ambos agravou-se ainda mais  com a circulação de informações de que o superintendente-chefe  Lito Mota se recusava   subordinar-se ao novo delegado, criando grandes dificuldades ao mando e a unidade entre os oficiais. “Até nem lhe chama Comandante. Lhe chama senhor Comissário”, lia-se numa denuncia  que o Club-K teve acesso.

 

Carlos Manuel "Lito Mota",  era acusado de ter criado grupinhos que estariam a desafiar o novo comandante.

 

A gota de água, segundo contam, foi na reunião do  dia 27 de Junho, na delegação do interior, em que o Comandante Provincial criou uma comissão coordenada por   Mota para fazer o levantamento da criminalidade na província. Mota é citado como tendo dito perante os presentes  que não aceitava trabalhar com aqueles membros e terá mesmo dito ao novo delegado que ficasse com eles no seu gabinete.

 

“A sala ficou gelada. Nunca ninguém havia desafiado assim um Comandante Provincial. Todos esperávamos uma reação dura, mas o Comandante Aristófanes nas calmas disse que a ordem era dele e o senhor Lito não poderia alterar a sua ordem e chamou atenção para mais respeito pela sua função”, lê-se na informação que o Club-K teve acesso.


“Considerando de grave o comportamento que vem sendo adoptado pelo superintendente – chefe Carlos Manuel da Silva Mota, com repercussões negativas no sio dos efectivos, por forma a manter à disciplina laboral a coesão necessária nos membros deste comando provincial da Policia Nacional.. determino .. a suspensão de todas as atividades laborais por um período de 30 dias”, lê-se na ordem de serviço assinada pelo novo comandante.

 

De acordo com a ordem do comissário Aristófanes dos Santos, “Enquanto durar o período de suspensão, deverá assegurar os destinos da direção provincial de ordem publica, em regime de acumulação, o superintendente – chefe Vicente Nogueira, director do GEIA”