Luanda  - O representante permanente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) em Luanda disse à Lusa que as duas principais vantagens do Compacto Lusófono para Angola são a assistência técnica e o acesso a financiamento mais barato.

Fonte: Lusa

"Angola pode beneficiar do Compacto no sentido em que pretende ajudar na capacitação do setor privado para a preparação e articulação de projetos, ajudando a apresentar projetos bancáveis, portanto em termos de assistência técnica é muito importante", disse Joseph Ribeiro, em declarações à Lusa.

 

Angola vai assinar esta semana o Compacto específico para o país, no âmbito do Compacto para os Países Lusófonos que foi desenhado entre o BAD e o Governo português, com o objetivo de aumentar o acesso a financiamento mais barato por parte do setor privado dos países lusófonos e potenciar as operações do BAD nestes países.

 

"Em segundo lugar, em termos de financiamento, Angola também beneficia, porque a garantia de Portugal e os instrumentos do BAD vão fazer com que o financiamento seja mais acessível", acrescentou Joseph Ribeiro.

 

"Um dos objetivos do Compacto é trazer investimento para as pequenas e médias empresas que, como as taxas de juro em Angola, e também noutros países africanos, estão muito altas, há possibilidade de o setor privado angolano ter mais abertura de financiamento com o Compacto Lusófono", concluiu o responsável.

 

O Compacto para o Desenvolvimento é uma iniciativa lançada no final de 2017 pelo BAD e pelo Governo português para financiar projetos lançados em países lusófonos com o apoio financeiro do BAD e com garantias do Estado português, que assim asseguram que o custo de financiamento seja mais baixo e com menos risco.

 

O BAD, Moçambique e Portugal assinaram em 12 de março, em Maputo, um acordo designado Compacto Lusófono Moçambique, para apoiar projetos de investimento, o primeiro específico de um país, que dá acesso a financiamentos do BAD combinados com garantias de Portugal através da Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento (Sofid), tendo-se seguido, em julho, o Compacto de Cabo Verde.

 

Além do país anfitrião - que deve ser um dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) -, cada projeto deve envolver "pelo menos mais duas entidades do Compacto, por exemplo o BAD e empresas portuguesas, ou o BAD e outras empresas dos PALOP", refere a documentação sobre o programa moçambicano.

 

Portugal participa através da Sofid, disponibilizando 400 milhões de euros em garantias a conjugar com financiamento do BAD, que neste Compacto vai apoiar projetos orçados em até 30 milhões de dólares (26,6 milhões de euros). Habitualmente, o BAD financia projetos acima deste valor.

 

Este Compacto Lusófono foi celebrado entre Portugal e o BAD em novembro de 2018, como parte de um vasto leque de parcerias multilaterais anunciadas durante o Fórum de Investimento para África, em Joanesburgo, África do Sul, mas começou a ser definido quando o presidente do BAD visitou Lisboa, em novembro de 2017.