Lisboa - Os titulares da pasta das finanças e saúde de Angola, observam, desde algum tempo, um ‘braço de ferro’, a volta da empresa GEMCORP - Global Emerging Markets, S. A, responsável pela distribuição dos reagentes que tem dado falsos resultados.

Fonte: Club-k.net

Saúde perde controlo  do fornecimento de reagentes

A GEMCORP, de origem inglesa foi levada a Angola pelas mãos de antigos colaboradores do Presidente José Eduardo dos Santos que colocaram a frente um “testa de ferro”, Arsénio Emanuel Moma Chicolomuengo. O contrato foi directamente firmado pelo ministério das finanças, ainda ao tempo de Armando Manuel. O ministério da saúde é a favor da sua descontinuidade por entender que contratos sobre fornecimento de material ligado ao HIV nunca deve ser firmado a margem do Instituto Nacional de Luta Contra a Sida. O ministério por via da Inspecção Geral da Saúde tomou medidas proibindo o uso do reagente "Aria" na testagem do VIH, após a constatação de testes com resultados duvidosos.

 

Altos funcionários da saúde, suspeitam quem a insistência do ministério das finanças em manter o acordo com a GEMCORP – por via de uma linha de credito – esteja a satisfazer colegas do ministério dirigido por Augusto Archer Mangueira.

 

Walter Pacheco, o director da Unidade de Gestão da Divida, e da alta confiança do ministro das finanças, foi citado por fontes do regime que asseguram te-lo visto a almoçar em Luanda com um dos responsáveis da GEMCORP - Global Emerging Markets. O alegado almoço deu lugar a outras suspeitas invocando alegados favorecimento. Pacheco foi igualmente citado como o autor de um parecer em que o ministério das finanças induzia o Presidente João Lourenço, a manter a GEMCORP, no fornecimento de medicamentos e reagentes em Angola.

 

Em Março passado, estes dois ministérios fizeram sair comunicados em que cada um deu a sua versão dos factos. O Ministério das Finanças, comunicou que “não forçou, nem nunca o poderia ter feito, a contratação da GEMCORP como fornecedora”, tendo explicado que a si, coube apenas “efectuar o registo dos desembolsos, devidamente documentados, e garantir o serviço da dívida – tarefas estas que são da competência directa da Unidade de Gestão da Dívida Pública, organismo sob superintendência deste departamento do Governo.”

 

Garantiu ainda que “o Ministério das Finanças, através do Serviço Nacional de Contratação Pública, prestou todo o apoio institucional ao Ministério da Saúde para que fossem escrupulosamente adoptados os procedimentos legais no concurso público para aquisição de medicamentos e outros bens.”

 

Semanas depois do comunicado do Ministério das Finanças, a homologa da saúde fez também sair um outro comunicado dando conta que interrompeu o fornecimento de medicamentos e material gastável por esta empresa e remeteu o dossier aos Serviços de Investigação Criminal para o competente tratamento. Ao tranquilizar a sociedade, o ministério da saúde determinou que iriam apenas fazer testes com “kits” adquiridos pelo Instituto Nacional de Luta contra a Sida, nomeadamente “Determine” e “Unigold”, padronizados pela OMS e utilizados para este fim no mundo inteiro.

 

Por sua vez, o Procurador-Geral da República (PGR), Hélder Pitta Gróz, anunciou, dias depois, que o Ministério Público vai instaurar um inquérito sobre uso deste reagente – da GEMCORP - para testes HIV/SIDA, pelo Ministério da Saúde, que davam falsos resultados positivos.