Luanda - Segundo a enciclopédia livre, a expressão “advogado do diabo” é de origem latim (advocatus diaboli), utilizada pela Igreja Católica Romana para designar o advogado que tinha por missão apresentar provas `impeditivas` da admissão de um candidato à santo ou beato. A sua função era averiguar, vasculhar, questionar e pôr em dúvida todos os factos apresentados em favor do candidato com o único objectivo de encontrar falhas e erros.

Fonte: Club-k.net


Popularmente, a expressão “advogado do diabo” defini o indivíduo que apresenta muitas objeções a uma determinada tese defendendo um argumento contrário ao da maioria. Neste sentido “o advogado do diabo” é um indivíduo que defende um cliente ou uma causa que moral e eticamente, e na dispensação da justiça não tem defesa e o faz com o único propósito de argumentação, prestígio pessoal e interesses financeiros. Muitas vezes “o advogado do diabo” defende uma causa ou um ponto de vista com o qual não concorda nem acredita, mas por causa de interesses egoístas e benefícios financeiros perde o coração e vende a sua consciência à mentira, manipulação da verdade e dos factos a qualquer custo. Normalmente, o “advogado do diabo” só defende clientes que são detentores de grandes recursos financeiros e poder político.


Nos últimos tempos têm surgido em Angola legiões de “advogados do diabo” que aproveitando-se da fraqueza e lentidão do sistema de justiça distorcerem e destroem o conceito e valor de justiça. “Os advogados do diabo” desfilam a sua insaciável avareza pelo enriquecimento rápido deferindo golpes contra a justiça em nome do direito mesmo sendo seus clientes corruptos e assassinos de colarinho branco, exploradores e violadores das leis angolanas.


Um dos maiores “advogados do diabo” em Angola é o senhor Rui Constantino da Cruz Ferreira, actual Presidente do Tribunal Supremo que em 1976 à 1982 se notabilizou como o grande carniceiro na província de Benguela. Esteve no comando dos esquadrões de fuzilamentos que a hasta pública assassinaram dezenas de patriotas angolanos no campo do buraco, bairro Santa Cruz no Lobito. O famigerado e sanguinário juiz Presidente do Tribunal Supremo agora encalhou no lamaçal de conflictos de interesse e corrupção activa. Motivado por sua insaciável ganância e avareza está pessoalmente ligado á pessoas e negócios que financiam o terrorismo internacional.

A sua ambição pelo enriquecimento ilícito é insaciável que não pestanejou em manipular todo processo e directamente e beneficiar-se de negócios pagos pelo dinheiro do povo. Será possível termos justiça justa e transparente em Angola com uma pessoa tão malvada, assassina e corrupta como o sr Rui Ferreira? Tristemente o presidente João Lourenço conveniente e coniventemente prefere teimosamente apostar em marimbondos para combater marimbondos. A verdade é que o presidente da república ainda não entendeu que ilusoriamente “para melhorar o que está bem e corrigir o que está mal” indivíduos como Rui Ferreira deveriam estar presos. Está mais que provado que o Senhor Presidente João Lourenço só está ocupado em prender “marimbondos” pequenos e teme os grandes porque o podem ferrar com toda certeza.


Anos atrás, assistimos admirados, advogados como Sérgio Raimundo, David Mendes e William Tonet a posicionarem-se como “advogados do diabo” na defesa de Joaquim Ribeiro, um dos maiores assassinos que sujou a polícia nacional. Enquanto comandante da polícia em Luanda organizou e ordenou esquadrões de fuzilamentos de centenas de jovens angolanos empobrecidos pela desgovernação corrupta e colonialista do MPLA nos musseques que foram forçados para o mundo da violência e crime.

Estamos assistir impávidos e confusos os jovens advogados Benja Satula e Bangula Quemba e outros da Legis Veritas a transformarem-se em “advogados do diabo” na defesa de José Filomento do Santos “Zenú”, um dos maiores jovens “larápios” da história do país. Não conseguiram resistir a pressão da solicitação do “marimbondo” Carlos Leitão que por causa de interesses de conivência de gatunice e conflictos de interesse com a família do antigo presidente não queria expor-se em contramão com o presidente João Lourenço. Os jovens advogados perderam-se entre a fama e a oportunidade financeira que se lhes oferecia. A ambição pela fama e dinheiro falou mais alto do que a sua consciência pela justiça e combate contra a corrupção e impunidade que sempre defenderam e que empobrece e oprime a grande maioria da população angolana. Muita pena!


No caso do Conselho Nacional de Carregadores (CNC), aparece como “advogada do diabo” a deputada do MPLA, sra Ana Paula Godinho na defesa de Augusto da Silva Tomás que cruel e implacavelmente roubou o dinheiro do povo para satisfazer as insaciáveis luxúrias das suas mulheres e namoradas. A deputada Ana Paula Godinho devia estar a defender os interesses do povo que supostamente representa na Assembleia Nacional e não cair na solidariedade da “morimbondagem” e aliança contra o povo que ficticiamente a elegeu. Este é o comportamento do MPLA e os seus “marimbondos” que sempre estiveram contra o povo. Também é bem sabido que o povo nunca elegeu esta gente porque o MPLA nunca ganhou as eleições, mas sempre batotou, mentiu e falsificou os resultados. Que o kota General Higino Carneiro tenha a coragem, dignidade e alguma moralidade como ser humano de informar á nação e o mundo o que é que o MPLA fez para João Lourenço ser eleito presidente. Com certeza a fórmula não é diferente daquela sempre usada nas batotas de eleições anteriores do “marimbondo-mor” José Eduardo dos Santos. A novela aqui é “marimbondo “advogado do diabo” a defender “marimbondo larápio”. Muito lastimável!


A insaciável busca da fama, prestígio e dinheiro não sossega o advogado Sérgio Raimundo. Agora é o “advogado do diabo” mais preferido e confiado dos marimbondos. Além de fazer equipa com a sra Ana Paula Godinho na defesa de Augusto Tomás, é a vez de defender o lunático, psicopata e carrasco General José Maria. Como é possível um advogado, mesmo que o princípio da “presunção da inocência” seja a doutrina da defessa, perde a visão e a consciência das atrocidades e assassinatos que o sr General José Maria cometeu? Esqueceu-se o sr Sérgio Raimundo o que foi feito contra o General Miala? Ao jovem Ganga? Kassule e Kamulingue? Aos jovens revolucionários (15+2) e muitos outros? Que vergonha!


Outros “advogados do diabo” especializaram-se na oferta de serviços maléficos às empresas petrolíferas multinacionais e organizações estrangeiras que exploram e espoliam as nossas riquezas e empobrecem o povo Angolano. A firma de advogados da sra Fátima Freitas, esposa do sr Pitra Neto, membro do bureau político do MPLA, antigo vice-presidente do MPLA e antigo ministro da administração pública, emprego e segurança social é conhecida pela sua cruzada de prestar serviços que visam somente proteger os interesses imperialistas e neocolonialistas de empresas e organizações estrangeiras. Estes serviços são prestados em prejuízo e humilhação dos autóctones. Que nos perguntem, nós antigos trabalhadores das empresas petrolíferas despedidos em 2014 e 2015. Esta missão é levada a cabo por um grupo de “advogados do diabo” recrutados em Portugal, na sua maioria portugueses e dos ilhéus dos PALOPs do Atlântico. O grupo é liderado por Adail Cardoso, cidadão de origem cabo-verdeana, bem conhecido pela sua arrogância racista contra os angolanos. Para poderem trabalhar em Angola, estes “advogados do diabo” obtiveram de forma ilícita a nacionalidade angolana, vistos de trabalho e estatuto de residência. Estas são as pessoas que desgovernam o país e colonizam o povo angolano com o beneplácito e conivência do MPLA. Nossa desgraça!


A campanha de luta contra corrupção deve também direcionar-se para todos os “advogados do diabo” que motivados pela fama, prestígio, maldade e interesses financeiros defendem “marimbondos”, empresas e organizações estrangeiras que sistemática e abusivamente violam e desrespeitam as leis angolanas, exploram as riquezas do país, violentam e humilham os autóctones angolanos.


O princípio de presunção de inocência é um princípio do direito e não de justiça. O direito pode ser fascista, ditatorial, marxista, colonialista, imperialista, racista etc, mas justiça é justiça para toda raça humana. É muito perturbante e repugnante assistirmos ladrões de bilhões e milhões confirmados, serem defendidos por “advogados do diabo” que só buscam fama e dinheiro e fecham os olhos à necessidade de se fazer justiça para um povo que durante 44 anos vem sido colonizado, espoliado, discriminado, empobrecido e injustiçado. No confronto entre o direito e a justiça, “o advogado do diabo” deve aprender que a justiça é só uma e está acima de qualquer direito.

A justiça é sagrada.