Luanda - Os economistas de Angola necessitam de um “Patrono”, com grandes referências académicas, a quem devemos honra e sapiência. Que discutamos os pontos bons e maus, mas propõe-se um nome ou entidade que foi professor e “guru” da academia nas ciências económicas.

Fonte: Club-k.net

Carlos Rocha Dilolwa teve o nome original Carlos Alberto Rocha Oliveira, Economista, nasceu aos 02 de Dezembro de 1939, no Sumbe, província do Cuanza-Sul, e fez os estudos liceais em Luanda, onde residiu alguns anos. Faleceu aos 16 de Novembro de 1996, na cidade de Luanda.


Após a independência, integrou o primeiro governo nacional, ocupando a pasta de ministro do Plano e, sucessivamente, das Finanças e Segundo Vice-Primeiro Ministro para a esfera económica.


Em Dezembro de 1978 decidiu afastar-se da actividade política dirigente, permanecendo apenas como militante do MPLA e passou a dedicar-se a docência na universidade Agostinho Neto, na qualidade de professor da faculdade de economia.


Fez a sua licenciatura em Economia e Finanças em 1963 e o seu doutoramento em seguros e resseguros, em Berlim (Alemanha). Ingressou na Empresa Nacional de Seguros (ENSA) colaborando no Gabinete de Estudos Técnicos e dedicou-se mais a pesquisa cientifica, tendo desenvolvido e produzido novos estudos, publicando diversas brochuras, livros e artigos na imprensa.


Sobre Carlos Rocha Dilolwa, o saudoso Preseidente António Agostinho Neto enalteceu e reconheceu a militância:

“(...) O camarada Dilolwa que também é muito atacado nos últimos tempos. Eu não sei se temos, algum economista em Angola, que seja melhor do que o camarada Dilolwa (...)”.


Segundo o site da Fundação Agostinho Neto, a quando do lançamento da obra póstuma “Reflexões sobre a Questão Ambiental”, esta aborda as questões relacionadas com a formação da terra, vida do planeta, a economia como ciência, os problemas energéticos e outras questões que regulam a relação homem e natureza.


Por sua vez, Vicente Pinto de Andrade, neste acto, disse que Carlos Rocha Dilolwa durante a sua vida esteve muito dedicado ao estudo e análise de muitos assuntos e, “tinha um espírito muito crítico e analítico. Isso permitiu-lhe escrever muito sobre várias questões, como a História Económica de Angola, sobre o Subdesenvolvimento do mundo, Ambiente e ainda sobre a Revolução Industrial”, lembrou.


Quanto ao livro “Best Seller” dos Economistas e de consulta obrigatória, com o título “Contribuição à Historia Económica de Angola”, ao escrever esse livro, o autor pretendia tão-somente contribuir para a redacção da "verdadeira História Económica de Angola", trabalho que, na sua avisada opinião, exigiria "o estudo aturado e crítico de muita documentação". Não chegou a realizar esse monumental trabalho.


De acordo ao site guinevereuniversidade.blogspot.com, Este livro publicado em 1978, tem a marca do seu tempo. Tempo particularmente difícil e tenso, de tal modo que no calor da luta é visível no aparecimento de frases e palavras que reflectem as contradições partidárias e intrapartidárias, exacerbadas pelos alinhamentos político-ideológicos da altura.


No presseguimento da abordagem, o site acima refere ainda que distanciamento histórico em relação a essa época, bem como o rigor científico aconselharam que, do texto original, fossem retirados alguns parágrafos que, na verdade, traduzem o clima de crispação existente no seio da luta de libertação nacional. Hoje, passados vinte e dois anos depois da sua publicação, Contribuição à História Económica de Angola continua a ser um livro de consulta obrigatória para quem queira estudar a História e a Economia de Angola.

Por fim, Carlos Rocha Dilolwa será sempre referência e deve se instituir o “Prémio Carlos Dilolwa” de Economia, a propor para a Ordem dos Economistas de Angola.


*Samora Machel J. Silva, Economista e Docente Universitário