Luanda - O director-geral do Hospital Municipal do Lobito, província de Benguela, Luís Varandas, foi detido ontem por suspeita de crime de peculato, noticia a ANGOP, citando uma fonte uma fonte da Procuradoria-Geral da República junto do Tribunal da Comarca do Lobito.

Fonte: JA

Ainda ontem, o Serviço de Investigação Criminal (SIC) deteve o director dos Recursos Humanos do Hospital do Lobito, Américo dos Santos Mateus, e a directora clínica, Joana da Conceição, além de outros responsáveis da direcção da referida unidade hospitalar.


Ao Jornal de Angola, o procurador Adelino Fançony André confirmou a existência de outros arguidos que não pertencem à direcção do Hospital Municipal do Lobito, mas estão implicados no crime. “São pessoas que contrataram e, de alguma forma, estabeleceram relações com essa direcção”, sublinhou, para acrescentar que a detenção surge na sequência de investigações que decorrem há alguns meses.


Sem precisar números, Adelino Fançony André explicou que a alguns indivíduos também implicados foram aplicadas cauções e obrigatoriedade de apresentação, quinzenalmente, aos Serviços de Investigação Criminal (SIC), para esclarecimentos. “O processo levanta indícios de terem sido cometidos crimes de peculato e recebimento indevido de vantagens”, salientou.


O magistrado disse que, à medida que o processo avança, estão a ser encontrados mais implicados. Havia também o risco de os implicados perturbarem a instrução, porque os crimes foram cometidos no exercício das responsabilidades que assumiam até ontem.


Adelino Fançony André explicou que, por “interesse da instrução preparatória, havia alguns perigos ligados à conveniência processual”. “As entidades ligadas a esse processo entenderam que deviam aplicar prisão preventiva a algumas pessoas”, disse, para acrescentar: “existem três cidadãos angolanos implicados nesse processo que fazem parte da Direcção do Hospital Municipal do Lobito, a quem foi aplicada a medida de prisão preventiva e que estão presos desde o dia 30 de Julho”.

Processos diferentes

Adelino André esclareceu que existem dois processos diferentes. Um referente a um crime de peculato, que levou à detenção da direcção, e outro sobre o caso do menor Valdemiro Samuel Lino Domingos, que foi colocado com vida na morgue da unidade hospital e que veio a falecer. Neste último, na qual a direcção não está implicada, foi aberto o processo-crime e constituídas arguidas as pessoas que trabalharam naquele dia.